terça-feira, março 31, 2020

COVID-19. Há países a contar apenas as mortes nos hospitais: lares são ignorados

O número de vítimas mortais de COVID-19 que cada país está a apresentar como dados oficiais difere não só na quantidade como na metodologia. Segundo adianta o jornal El País, França, por exemplo, apenas contabiliza os óbitos ocorridos em hospitais e clínicas, num total de cerca de 600 unidades de saúde. Ficam de fora, por isso, as mortes em casa e nos lares que acolhem mais de 700 mil pessoas idosas ou com capacidades reduzidas. Em Espanha, o cenário é semelhante já que não se contam as mortes em lares de idosos ou em residências relativamente a quem não tenha sido feito o teste. Isto significa que, no país vizinho, as mortes poderão ser mais do que aquelas que estão a ser divulgadas. Não porque o Governo queira esconder ou alterar os números mas porque haverá pessoas a morrer de COVID-19 sem que ninguém faça ideia. Especialistas em epidemiologia citados pela mesma publicação garantem que, de um modo geral, não se estão a contabilizar as vítimas mortais da forma correcta. Como consequência, os números apresentados, nomeadamente as taxas de mortalidade, não são fiáveis. Em Itália é seguido o critério do Instituto Superior de Saúde do país, ou seja, são consideradas vítimas do novo coronavírus todas as pessoas que tenham testado positivo e que tenham entretanto falecido. Não são considerados restantes factores clínicos, pelo que o número apresentado deverá ser lido como mortes de pessoas com coronavírus e não por coronavírus. No Reino Unido, por seu turno, apenas se começou a registar o novo coronavírus como possível causa de morte no dia 5 deste mês, quando o COVID-19 entrou para a lista de doenças cujas mortes devem ser obrigatoriamente reportadas. Junta-se a outras condições como botulismo, malária ou tuberculose. Quanto à taxa de mortalidade, especialistas citados pela mesma publicação indicam que poderá ser inferior aos 6% apontados actualmente (Executive Digest)

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