O número de
vítimas mortais de COVID-19 que cada país está a apresentar como dados oficiais
difere não só na quantidade como na metodologia. Segundo adianta o jornal El
País, França, por exemplo, apenas contabiliza os óbitos ocorridos em hospitais
e clínicas, num total de cerca de 600 unidades de saúde. Ficam de fora, por
isso, as mortes em casa e nos lares que acolhem mais de 700 mil pessoas idosas
ou com capacidades reduzidas. Em Espanha, o
cenário é semelhante já que não se contam as mortes em lares de idosos ou em
residências relativamente a quem não tenha sido feito o teste. Isto significa
que, no país vizinho, as mortes poderão ser mais do que aquelas que estão a ser
divulgadas. Não porque o Governo queira esconder ou alterar os números mas
porque haverá pessoas a morrer de COVID-19 sem que ninguém faça ideia. Especialistas em
epidemiologia citados pela mesma publicação garantem que, de um modo geral, não
se estão a contabilizar as vítimas mortais da forma correcta. Como consequência,
os números apresentados, nomeadamente as taxas de mortalidade, não são fiáveis. Em Itália é
seguido o critério do Instituto Superior de Saúde do país, ou seja, são
consideradas vítimas do novo coronavírus todas as pessoas que tenham testado
positivo e que tenham entretanto falecido. Não são considerados restantes
factores clínicos, pelo que o número apresentado deverá ser lido como mortes de
pessoas com coronavírus e não por coronavírus. No Reino Unido,
por seu turno, apenas se começou a registar o novo coronavírus como possível
causa de morte no dia 5 deste mês, quando o COVID-19 entrou para a lista de
doenças cujas mortes devem ser obrigatoriamente reportadas. Junta-se a outras
condições como botulismo, malária ou tuberculose. Quanto à taxa de mortalidade,
especialistas citados pela mesma publicação indicam que poderá ser inferior aos
6% apontados actualmente (Executive Digest)
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