quarta-feira, março 25, 2020

Pandemia: 45% dos portugueses só esperam voltar à vida normal no verão (25% não sabem quanto tempo vão aguentar)

Em portugal, 45% dos cidadãos acham que vão ter de esperar até ao verão para voltar à vida normal, mas os que se sentem “preparados” para viver até lá nas atuais restrições, são apenas 32%, de acordo com uma sondagem ISC/ISCTE para o Expresso e a SIC, revelada esta terça-feira, com dados recolhidos ente 20 e 22 de março. Para um quarto dos inquiridos (25%) não sabe ou não responde sobre até quando pensa aguentar, sendo que os portugueses gostam globalmente do que veem: 64% acham que a população está a reagir “de forma apropriada”. Os portugueses dão nota positiva a si próprios pela forma como estão a encarar a covid-19 – 64% acham que a população está a reagir “de forma apropriada”, mas se há coisa que a sondagem ICS/ISCTE para o Expresso e a SIC também mostra é que uma fatia significativa dos inquiridos (25%) não se compromete sobre quanto tempo aguenta viver sob as atuais restrições.

Questionados sobre até quando acham que vamos ter de esperar para voltar à vida normal, 45% respondem “até ao verão”. Há 18% que, mais otimistas, perspetivam o fim das restrições já no final de abril. E, no lado oposto, há 17% menos animados que só esperam o fim das restrições no fim do ano. Os catastrofistas são poucos – 4% dizem que a vida só voltará ao normal daqui a um ano ou mais.
Mas quanto tempo pensam as pessoas aguentar, já reflete inseguranças. Um quarto dos inquiridos não sabe ou não responde e a percentagem dos que se sentem “preparados” para viver no atual registo até ao verão não passa dos 32%.
Até ao final de abril, há 27% que dizem estar preparados, mas a percentagem cai para os 8% perante a eventualidade de terem de se aguentar como agora até ao fim do ano ou durante um ano ou mais. Ou seja, o fator tempo pode ser decisivo.
A prová-lo está o facto de, até agora, 44% dos inquiridos ainda não revelarem sinais de cansaço, afirmando que tem sido “relativamente fácil” lidar com as restrições impostas pelo Governo e engrossadas pelo estado de emergência decretado pelo chefe de Estado.
Há 31% que assumem que tem sido “relativamente difícil” aguentar as restrições e apenas 8% as classificam “muito difíceis”. Para 16% tem sido “muito fácil” lidar com elas, isto apesar de cerca de 35% dos inquiridos terem ou mais de 70 anos ou assumirem que pertencem a um grupo de risco. E entre os que pertencem a grupos de risco, um em cada cinco diz que não tem apoio suficiente que lhe permita sair de casa apenas em circunstâncias muito excecionais.
Globalmente, os portugueses descrevem como positiva a reação da população às limitações que a covid-19 imprimiu nas suas vidas, embora 25% considerem que as pessoas não estão a levar os riscos “suficientemente a sério” e 10% achem um exagero os cuidados seguidos.
Os comportamentos adotados pela maioria dos inquiridos falam por si: 96% dizem que evitaram locais com muita gente; igual percentagem refere que aumentou os cuidados de higiene; e 92% garantem que mantêm a distância social (2 metros). Já quanto a evitar deslocar-se ao local de trabalho, os números caem para 59%, o que confirma haver muita gente a trabalhar a partir de casa. O pior dos números quanto a comportamentos anticovid-19 é o uso de máscara em locais públicos – apenas 27% dizem tê-lo feito na última semana (Executive Digest, texto de SoniaBexiga)

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