Praticamente todos
reforçaram a higiene e passaram a evitar locais com muita gente, mas um em cada
quatro acreditam que os portugueses ainda não estão a levar a pandemia
suficientemente a sério. Uma sondagem
realizada pelo Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa e
pelo ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa indica que 27% dos portugueses
passaram a utilizar máscara de proteção em locais públicos e 59% daqueles que
trabalhavam fora de casa deixaram de se deslocar ao emprego na sequência da
declaração do Estado de Emergência para conter a pandemia Covid-19. Segundo os
entrevistados, entre sexta-feira e domingo, mais generalizadas foram outras
alterações de comportamentos: 92% disseram manter a distância social de dois metros,
96% aumentaram os seus cuidados de higiene pessoal e outros 96% passaram a
evitar locais com muita gente.
Segundo a sondagem
realizada para a SIC e para o “Expresso”, que teve trabalho de campo da GfK
Metris, com 625 inquiridos, 64% dos inquiridos consideram que os portugueses
estão a reagir de forma apropriada à Covid-19, enquanto 25% pensam que não
estão a levar os riscos da pandemia suficientemente a sério e apenas 10%
acreditam que estão a levar os riscos demasiado a sério.
Evidente tem sido a atenção
dos portugueses ao coronavírus, com 80% dos entrevistados a dizerem que têm
dado muita atenção às notícias sobre a epidemia, sendo 16% os que dão alguma
atenção, 2% os que indicam pouca atenção e apenas 1% os que dizem que não estão
a prestar nenhuma atenção à crise de saúde pública. Segundo a sondagem, a
televisão está a ser a principal fonte de informação (91%), seguindo-se os
amigos e famílias (85%), a imprensa escrita (55%) e só depois as redes sociais
(28%).
A mesma sondagem
indica que António Costa é a figura em quem os portugueses mais confiam para
gerir a crise de saúde pública (com 75%), ligeiramente acima do Presidente da
República (Marcelo Rebelo de Sousa merece a confiança de 74% dos inquiridos) e
que praticamente todos concordam com a declaração do Estado de Emergência: 51%
consideram as medidas adequadas e 44% dizem que são necessárias medidas mais
restritivas, sendo apenas 3% aqueles que respondem que a decisão tomada pelo
Chefe de Estado e aprovada pela Assembleia da República foi desnecessária.
FICHA TÉCNICA
Este relatório
baseia-se numa sondagem cujo trabalho de campo decorreu entre os dias 20 e 22
de março de 2020. Foi coordenada por uma equipa do Instituto de Ciências
Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-ULisboa) e do ISCTE – Instituto
Universitário de Lisboa (ISCTE- IUL), tendo o trabalho de campo sido realizado
pela GfK Metris. O universo da sondagem é constituído pelos indivíduos, de
ambos os sexos, com idade igual ou superior a 18 anos, residentes em Portugal
(Continente e Regiões Autónomas) ou em domicílios com telefone fixo ou dispondo
de telemóvel. Os números fixos, cerca de 33% do total, foram extraídos
aleatoriamente, proporcionalmente à distribuição por prefixos no território. Os
números móveis, cerca de 66% do total, foram extraídos aleatoriamente,
proporcionalmente à distribuição por operadoras. Os respondentes foram
selecionados através do método de quotas, com base numa matriz que cruza as
variáveis Sexo, Idade (4 grupos) e Região (7 Regiões NUTII).
A informação foi recolhida
através de entrevista telefónica, em sistema CATI. Foram tentados contactos com
4092 números de telefone cuja existência foi confirmada. Desses, foi possível
determinar 1343 números correspondentes a indivíduos/lares elegíveis. Desses,
foram obtidas 625 entrevistas válidas. A taxa de resposta foi assim de 13,4% e
a taxa de cooperação de 48,1%. O trabalho de campo foi realizado por 36
entrevistadores, que receberam formação adequada às especificidades do estudo.
Todos os resultados foram sujeitos a ponderação por pós-estratificação, de
acordo com a distribuição da população com 18 ou mais anos residente em
Portugal por três escalões de instrução (3.º ciclo ou menos, secundária ou
superior). A margem de erro máxima associada a uma amostra aleatória simples de
625 inquiridos é de +/- 4%, com um nível de confiança de 95% (Jornal Economico,
texto de Leonardo Ralha)
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