quarta-feira, março 25, 2020

Covid-19: Sondagem ICS-ISCTE diz que 59% deixaram de ir ao local de trabalho e 27% passaram a usar máscara

Praticamente todos reforçaram a higiene e passaram a evitar locais com muita gente, mas um em cada quatro acreditam que os portugueses ainda não estão a levar a pandemia suficientemente a sério. Uma sondagem realizada pelo Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa e pelo ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa indica que 27% dos portugueses passaram a utilizar máscara de proteção em locais públicos e 59% daqueles que trabalhavam fora de casa deixaram de se deslocar ao emprego na sequência da declaração do Estado de Emergência para conter a pandemia Covid-19. Segundo os entrevistados, entre sexta-feira e domingo, mais generalizadas foram outras alterações de comportamentos: 92% disseram manter a distância social de dois metros, 96% aumentaram os seus cuidados de higiene pessoal e outros 96% passaram a evitar locais com muita gente.
Segundo a sondagem realizada para a SIC e para o “Expresso”, que teve trabalho de campo da GfK Metris, com 625 inquiridos, 64% dos inquiridos consideram que os portugueses estão a reagir de forma apropriada à Covid-19, enquanto 25% pensam que não estão a levar os riscos da pandemia suficientemente a sério e apenas 10% acreditam que estão a levar os riscos demasiado a sério.

Evidente tem sido a atenção dos portugueses ao coronavírus, com 80% dos entrevistados a dizerem que têm dado muita atenção às notícias sobre a epidemia, sendo 16% os que dão alguma atenção, 2% os que indicam pouca atenção e apenas 1% os que dizem que não estão a prestar nenhuma atenção à crise de saúde pública. Segundo a sondagem, a televisão está a ser a principal fonte de informação (91%), seguindo-se os amigos e famílias (85%), a imprensa escrita (55%) e só depois as redes sociais (28%).
A mesma sondagem indica que António Costa é a figura em quem os portugueses mais confiam para gerir a crise de saúde pública (com 75%), ligeiramente acima do Presidente da República (Marcelo Rebelo de Sousa merece a confiança de 74% dos inquiridos) e que praticamente todos concordam com a declaração do Estado de Emergência: 51% consideram as medidas adequadas e 44% dizem que são necessárias medidas mais restritivas, sendo apenas 3% aqueles que respondem que a decisão tomada pelo Chefe de Estado e aprovada pela Assembleia da República foi desnecessária.
FICHA TÉCNICA
Este relatório baseia-se numa sondagem cujo trabalho de campo decorreu entre os dias 20 e 22 de março de 2020. Foi coordenada por uma equipa do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-ULisboa) e do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE- IUL), tendo o trabalho de campo sido realizado pela GfK Metris. O universo da sondagem é constituído pelos indivíduos, de ambos os sexos, com idade igual ou superior a 18 anos, residentes em Portugal (Continente e Regiões Autónomas) ou em domicílios com telefone fixo ou dispondo de telemóvel. Os números fixos, cerca de 33% do total, foram extraídos aleatoriamente, proporcionalmente à distribuição por prefixos no território. Os números móveis, cerca de 66% do total, foram extraídos aleatoriamente, proporcionalmente à distribuição por operadoras. Os respondentes foram selecionados através do método de quotas, com base numa matriz que cruza as variáveis Sexo, Idade (4 grupos) e Região (7 Regiões NUTII).

A informação foi recolhida através de entrevista telefónica, em sistema CATI. Foram tentados contactos com 4092 números de telefone cuja existência foi confirmada. Desses, foi possível determinar 1343 números correspondentes a indivíduos/lares elegíveis. Desses, foram obtidas 625 entrevistas válidas. A taxa de resposta foi assim de 13,4% e a taxa de cooperação de 48,1%. O trabalho de campo foi realizado por 36 entrevistadores, que receberam formação adequada às especificidades do estudo. Todos os resultados foram sujeitos a ponderação por pós-estratificação, de acordo com a distribuição da população com 18 ou mais anos residente em Portugal por três escalões de instrução (3.º ciclo ou menos, secundária ou superior). A margem de erro máxima associada a uma amostra aleatória simples de 625 inquiridos é de +/- 4%, com um nível de confiança de 95% (Jornal Economico, texto de Leonardo Ralha)

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