sábado, agosto 09, 2025

Eleições: recordando o quadro das presidenciais desde 1976

Andam para aí teorias da treta de que as presidenciais de 2026 devem ser olhadas de forma diferente, agora manipuladora e ridícula, com apelos a apoios inesperados a candidatos militares oportunistas, pelo simples facto de que, alegadamente, não estão ligados a partidos. O problema é que os que acham que isso é "chique" se esquecem que também há militares - aconteceu o mesmo com Ramalho Eanes em 1976 depois do seu protagonismo no 25 de Novembro de 1975 - que apenas são candidatos presidenciais a reboque do mediatismo público alcançado por causas bem identificadas e a reboque de factos concretos, neste caso a pretensa liderança de uma enorme equipa de pessoas que tratou da de vacinação no tempo da pandemia Covid. Antes disso quem conhecia Ramalho Eanes em 1976 ou este militarista Gouveia que se comportou da forma que se comportou no caso do Mondego, sujeitando-se ao vexame público da desautorização por um Tribunal civil de tudo o que fez e decidiu.

Resolvi então elaborar este quadro só para recordar quem foram os candidatos presidenciais, a começar pelo "militarista" Ramalho Eanes em 1976, e os candidatos que se lhe seguiram, todos eles associados a partidos políticos - incluindo o actual inquilino de Belém.

Notas: Desde 1986, com a vitória na segunda volta de Mário Soares sobre Freitas do Amaral (as tais eleições em que até Cunhal mandou os comunistas votar no socialista, mesmo que tapassem a sua imagem no boletim de voto...), o Palácio de Belém foi sempre ocupado por pessoas - Mário Soares, Jorge Sampaio, Cavaco Silva e Marcelo Rebelo de Sousa - ligados ao PS e PSD e não me lembro de nesses anos todos a questão da "ligação a partidos" tenha sido suscitada como elemento condicionador do voto. Por mim podem escolher quem entenderem. Votei em 1976 e 1980 e nunca mais votei desde então. Não o farei de novo em 2026.

Olha ndo o quadro constata-se que Mário Soares continua a ter o melhor resultado em votos e percentagem, em 1991, seguido de Ramalho Eanes em 1980 (em 1976 obteve a segunda melhor percentagem) e de Jorge Sampaio em 1996 (a tercera  melhor percentagem eleitoral foi de MRS em 2021).

As presidenciais de 1980, 1986 (2ª volta) e 19890 foram as que registaram mais votantes, enquanto que as eleições de 2021, 2011 e 2016 foram aquelas que registaram menor afluência de eleitores. Está tudo dito!

Cavaco Silva em 2006, Marcelo em 2016 e de novo Cavaco Silva em 2011, foram os eleitos com menor percentagem eleitoral. Cavaco obteve em 2011 o pior resultado eleitoral, em votos, seguido de Jorge Sampaio em 2001 e de Marcelo em 2016.

Recordo que foi durante a campanha eleitoral presidencial em 1980 que Sá Carneiro e Amaro da Costa, e outras pessoas, morreram no misterioso acidente aéreo de Camarate, na medidas em que o PSD e o CDS, depois de terem apoiado Ramalho Eanes em 1976, não conseguiram estabilizar a relação com o Presidente, acabando em 1980 por apoiarem o candidato Soares Carneiro que, obviamente, depois de Camarate, seria inevitavelmente derrotado. Até pelas divisões que esta situação causou no seio do PSD e junto do eleitorado afecto aos social-democratas e aos centristas (LFM)

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