domingo, agosto 31, 2025

Os desafios eleitorais do PSD-M no Funchal

Este quadro mostra o comportamento eleitoral do PSD-Madeira na corrida para a Câmara do Funchal, entre 2001 e 2021, tendo concorrido em 2021 coligado com o CDS, opção que volta a repetir este ano.

Contudo, se olharmos para os resultados oficiais acima reproduzidos, constata-se que o PSD-Madeira, no caso da capital madeirense, superou em 2021 os resultados catastróficos de 2013 e 2017 - ambos abaixo dos 18 mil votos. O quadro mostra igualmente o total de votos do PSD-M na Região, mostrando estes que 2021 foi o pior ano para os social-democratas com pouco mais de 44 mil votos e pese as vitória no Funchal. Verdade é que o PSD não ganhou Machico nem Santa Cruz, apoiou listas que não eram suas na Ribeira Brava e São Vicente, perdeu no Porto Moniz e em Santana, neste caso para o CDS, parceiro da coligação na capital.

Continuo a pensar que há muita coisa em jogo nestas autárquicas para o PSD-Madeira e demais partidos, sobretudo ao nível dos mandatos - mais do que os votos finais - alcançados em cada órgão autárquico, porque o cenário de algumas "forças de bloqueio" surgirem entre a oposição não pode ser colocado de parte, o que implicaria dificuldades acrescidas para autarcas ganhadores nas urnas mas sem a maioria absoluta dos mandatos. Isto não é nem novidade em muitas eleições no país nem vem "nada de mal ao mundo" se tal desfecho ocorrer. Pelo contrário, vai fomentar o diálogo e a negociação entre os membros dos executivos para a aprovação de medidas consideradas essenciais, vai fomentar uma renovação numa certa mentalidade política que acha que só é possível governar os órgãos autárquicos com maioria absoluta, etc. Obviamente que quem pretender impor o seu programa, sem maioria para o fazer, ignorando os demais eleitos em representação de outros partidos, vai bater de frente e corre o risco de ser bloqueado. Mas essa mentalidade de abertura e de diálogo pós-eleitoral, que deveria começar pelos partidos está, francamente, muito longe de ter  viabilidade ou de conhecer qualquer forma de inflecção, em grande medida devido aos resquícios intolerância que durante anos a bipolarização alimentou.

No caso do Funchal o PSD elegeu 6 mandatos (maioria absoluta) em 2001 e 2005, aumentou para 7 mandatos em 2009, perdeu em 2013 e 2017, ambos com apenas 4 mandatos eleitos e voltou aos 6 mandatos em 2021 em coligação com o CDS. No fundo, é isso que PSD e CDS querem manter em Outubro próximo (LFM)

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