Entre Fevereiro e Abril cresceu o número de inquiridos que considera que deve governar o partido mais votado e não o que tiver uma maioria parlamentar. O próximo Governo deve ser formado pelo partido mais votado nas eleições legislativas de 18 de Maio e não pelo partido que conseguir o apoio maioritário no Parlamento. Esta é a opinião da maioria dos inquiridos do estudo de opinião da Universidade Católica para o PÚBLICO, RTP e Antena 1. Paralelamente, cresce o número de indecisos em relação ao que deve ser o cenário pós-eleitoral. Em Fevereiro eram 12% e são agora 17%, uma subida de cinco pontos percentuais. De acordo com o estudo, 56% dos inquiridos considera que deve governar o partido com mais votos, enquanto 37% considera que deve formar Governo aquele que conseguir apoio maioritário no Parlamento. Dados que traduzem um aumento de três pontos percentuais entre os inquiridos que preferem que o executivo seja liderado pelo partido com mais votos nas urnas, verificando-se um recuo de quatro pontos percentuais nos que acham mais relevante o apoio parlamentar maioritário.
Porém, a distância altera-se substancialmente quando dividimos os inquiridos por tendência de voto. Segundo os dados recolhidos, a percentagem de inquiridos que manifestam intenção de votar na AD e que acreditam que deve ser o partido mais votado a tomar posse é de 69%, superior à percentagem de inquiridos que vão votar no PS - neste caso, a percentagem de entrevistados que acha que deve ser o partido mais votado a formar Governo é de 48%. Um valor idêntico ao dos inquiridos que acham que deve tomar posse o partido que recolher o apoio maioritário na Assembleia da República, à semelhança do que fez o PS em 2015, quando formou governo apesar de ser o segundo mais votado, através de um apoio parlamentar à esquerda, a chamada “geringonça”.
Simultaneamente, há também um aumento do número de inquiridos que considera que o melhor resultado eleitoral, para o país, seria uma maioria absoluta – quer se trate de um resultado que dê uma maioria absoluta à AD, quer num que dê uma maioria absoluta ao PS. Já o número de inquiridos que defende um governo de bloco central ou governos apoiados pelas respectivas maiorias diminui. Por partes. As resistências a uma maioria absoluta parecem diminuir, especialmente à direita, embora o cenário favorito continue a ser um Governo da AD apoiado pela direita: 26% dos inquiridos, contra 18% que prefere um Governo do PS apoiado pela esquerda. Enquanto há 16% dos inquiridos a defender que a maioria absoluta para a AD seria o melhor resultado (em Fevereiro era 11%), apenas 10% preferem uma maioria absoluta para o PS (em Fevereiro era 8%). Outra das conclusões desta sondagem é que as últimas semanas tornaram os inquiridos menos favoráveis a um governo de bloco central: o número de inquiridos que prefere este cenário cai de 15% para 13%. Entre os que defendem a solução de bloco central encontram-se mais entrevistados do PS (20%) do que inquiridos da AD (10%) (Público, texto da jornalista Liliana Borges)
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