Coligação
PSD/CDS, Chega e CDU crescem, ao passo que PS, IL, BE e PAN recuam. Intenção de
voto na AD liderada por Luís Montenegro aumentou três pontos percentuais,
coligação PSD/CDS está agora seis pontos à frente do PS. Mantém-se, mas só por
um triz, o empate técnico entre a Aliança Democrática e o PS. No entanto, a
sondagem do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (Cesop) coloca a coligação
PSD/CDS seis pontos percentuais à frente dos socialistas. O estudo de opinião da
Universidade Católica para o PÚBLICO, RTP e Antena 1 atribui 32% das intenções
de voto à AD, que cresce três pontos face à sondagem de Março e, assim, se
aproxima dos 33% medidos pelo Cesop em Outubro do ano passado. Já o PS desliza
um ponto para 26%.
Tendo em conta a
margem de erro de 2,8%, o empate técnico entre as duas maiores forças políticas
fica praticamente desfeito porque seria preciso conjugar o pior cenáriopossível
para Luís Montenegro e o melhor para Pedro Nuno Santos para a AD e o PS se tocarem
nos 29%.
Do lado das
subidas está ainda o Chega e a CDU (coligação PCP/PEV). O partido populista de
direita radical cresce dois pontos para, com 19%, reforçar a posição de terceira
maior força. As intenções conseguidas por AD e Chega colocam as duas forças
acima dos resultados obtidos nas legislativas antecipadas de 10 de Março de
2024, enquanto o PS fica abaixo do score das últimas eleições gerais.
Já a CDU,
possivelmente a reboque das boas prestações de Paulo Raimundo nos debates
televisivos, cresce ligeiramente para os 4%, beneficiando da descida de dois
pontos do Bloco de Esquerda (3%) para ficar à frente do partido de Mariana
Mortágua. Por sua vez, a Iniciativa Liberal (IL) cai dois pontos percentuais
para 6%, tendo agora o Livre à perna (5%), sendo que o partido liderado por Rui
Tavares é o único a manter inalteradas as intenções de voto face ao mês
passado. O PAN desce para 1%.
Na competição
entre os partidos pequenos, apenas três pontos percentuais separam a quarta
força (IL) da sétima (BE), estando estas, Livre e CDU em empate técnico. Dado
que se mantém o “não é não” traçado por Montenegro ao partido de André Ventura,
uma eventual aliança entre AD e IL somaria 38%, um ponto aquém dos 39% somados
por PS, Livre, CDU, Bloco e PAN.
No que diz
respeito à intenção directa de voto, isto é, sem distribuição dos indecisos – que
neste estudo se mantêm, tal como em Março, nos 15% –, a AD regista 25%, o PS
20%, o Chega 15%, a IL 5%, o Livre 4%, CDU e BE surgem empatados com 2% e o PAN
fica abaixo de 1%.
Comparativamente
com as eleições legislativas do ano passado, 73% dos inquiridos que há um ano
votaram na AD indicam querer manter o mesmo sentido de voto. Há ainda 22% dos
entrevistados que há um ano votaram IL e 25% no PAN que agora dizem votar na
coligação entre sociais-democratas e centristas. Quanto ao PS, 71% dos
entrevistados que votaram no partido de Pedro Nuno Santos mantêm a mesma
intenção, com os socialistas a receberem, desta feita, a intenção de voto de
16% dos que em 2024 votaram no Bloco e 9% no Livre.
A potencial
transferência de votos entre AD e PS é escassa, ainda que a coligação protagonizada
por Montenegro aparente ter maior capacidade para “roubar” eleitores aos
socialistas. Se 6% dos inquiridos que em 2024 votaram PS indicam querer votar
na AD no dia 18 de Maio, somente 1% daqueles que colocaram a cruz na coligação
de centro-direita dizem querer mudar o sentido de voto a favor dos socialistas.
Numa perspectiva sociodemográfica, e tendo em conta intenções directas de voto, verifica-se que a AD é o partido mais forte no eleitorado feminino (24% das mulheres entrevistadas dizem votar na coligação PSD/CDS), com o PS não muito atrás (19%). Entre os eleitores masculinos a distribuição é mais equilibrada: AD com 25%; PS e Chega com 20% cada. No eleitorado mais jovem (18-34 anos), a direita leva vantagem, com a AD (20%) e o Chega (18%) muito próximos e a IL (13%) em terceiro. Já nos eleitores mais velhos (com 65 anos ou mais), o PS (31%) continua a liderar, seguido da AD (27%).
E se os socialistas se mantêm como o partido mais forte no eleitorado com menor grau de instrução, com 30% nos eleitores com o 3.º ciclo ou menos, é a AD que prevalece no eleitorado com ensino superior (27%). Esta sondagem foi levada a cabo entre os dias 21 e 24 de Abril, o que significa que permite medir o impacto da maior parte dos debates televisivos, no entanto não possibilita aferir o efeito para o eleitorado decorrente do frente-a-frente entre Montenegro e Ventura (realizado na noite de 24).
Maioria já não
muda voto
Como explica o
Cesop no relatório desta sondagem, os indecisos tendem a superar em percentagem
o valor indicado nos estudos, já que uma importante fatia do eleitorado decide
o sentido de voto já durante o período oficial da campanha eleitoral – que decorrerá
entre 4 e 16 de Maio – ou mesmo no próprio dia da eleição.
O que significa
que mesmo muitos daqueles que surgem como “decididos” nesta sondagem, por
atribuírem a sua intenção de voto a um determinado partido, poderão ainda mudar
de ideias até ao momento de votarem efectivamente.
Neste estudo, 56% garantem que a possibilidade de, até ao dia das eleições, mudarem o seu sentido de voto é “nenhuma”. Mas há 27% que dizem que “é pouco provável que mude”, 7% que respondem “não sei bem”, 8% que assumem ser “provável que mude” e 2% “muito provável que mude”. Ou seja, 44% dos inquiridos admitem ser possível mudar de opinião. Seja como for, é o eleitorado da CDU aquele que surge como o mais fidelizado, enquanto, no pólo oposto, é o do Livre o mais volátil. Entre os entrevistados que disseram votar CDU, 76% garantem que “não mudam” o sentido de voto, 71% no caso do Chega, 64% do PS e 61% da AD. Seguem-se o PAN (38%), o BE (23%), a IL (18%) e o Livre (15%).
Se se olhar para
quem assume como “provável” ou “muito provável” mudar o sentido de voto,
observa-se que os eleitores mais susceptíveis a alterações são os que indicam votar
no Livre (34%), no BE (23%), na IL (14%) e no PAN (13%). Neste parâmetro, o
Chega (8%) surge em pior posição do que a AD e o PS, ambos com 6%. A CDU (3%) é
a força menos susceptível a alterações.
Perspectiva de
vitória da AD reforçada
Desafiados a
indicar quem vencerá as eleições, independentemente das preferências partidárias
de cada um, 58% dos inquiridos antecipam que será a AD e 21% o PS. Isto
significa que a perspectiva de vitória da aliança PSD/CDS se solidificou em
relação ao que se registava em Fevereiro do ano passado, quando, a cerca de um
mês das eleições, a sondagem da Católica mostrava que 41% projectavam uma
vitória da AD e 38% do PS. Sobre quem, entre Luís Montenegro e Pedro Nuno
Santos, indiferentemente às simpatias partidárias, seria melhor
primeiro-ministro, 47% indicam o chefe do Governo em funções e 29% o líder da
oposição. Também entre os indecisos Montenegro (40%) leva vantagem sobre Pedro
Nuno (21%).
Mais do que uma
melhoria do presidente do PSD neste indicador, há uma deterioração da posição
do líder do PS. É que no estudo do Cesop realizado em Fevereiro de 2024, se 46%
escolhiam Montenegro, eram 34% os inquiridos que apontavam Pedro Nuno (Publico,
texto do jornalista David Santiago)
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