61% do eleitorado português tem os seus rendimentos, de alguma forma, dependentes do Estado - são mais 27 pontos percentuais do que se verificava em 1980. O país mudou ao longo das últimas quatro décadas, está mais envelhecido embora isso não explique tudo, e hoje a maioria dos adultos portugueses vive na dependência do Estado. Com todas as implicações que isso tem relativamente às prioridades de quem nos governa e colocando em causa muitas das reformas necessárias para o nosso país. Em 1980, de acordo com os cálculos de Vítor Bento, economista e atual Presidente da Associação Portuguesa de Bancos, 34% da população adulta portuguesa tinha rendimentos dependentes do Estado, sobretudo pensionistas (25%), seja da Segurança Social (SS) ou Caixa Geral de Aposentações (CGA), e funcionários públicos (7%), seja das Administrações Públicas (AP) ou do Setor Empresarial do Estado (SEE). Em 2023, a realidade era muito diferente. Utilizando a mesma metodologia de Vítor Bento, 61% dos adultos portugueses têm rendimentos dependentes do Estado, seja este a fonte direta dos rendimentos (49%), seja o decisor do rendimento pago pelo setor produtivo (12% recebem salário mínimo nacional, fixado pelo Estado).
A população está mais envelhecida e, naturalmente, os pensionistas continuam a ser o grupo maioritário (35%), mas o seu peso no total de dependentes até diminuiu. Em 1980 era de 71% e em 2022 tinha baixado para 57%. Ou seja, o aumento da dependência do Estado vai mais para além do envelhecimento populacional. Os funcionários públicos pesam hoje 10% no total da população adulta portuguesa, 3% recebem o Rendimento Social de Inserção que não existia em 1980 e 12% recebem o salário mínimo nacional (dependentes indiretamente do Estado que representavam apenas 2% da população adulta em 1980). O peso dos beneficiários do subsídio de desemprego continua a ser residual, abaixo de 2%. Algumas notas metodológicas: O denominador do gráfico não é o número de eleitores, mas sim a população residente com 18 ou mais anos, uma vez que Vítor Bento considera que o número de eleitores está desfasado da realidade; Foi considerado apenas 85% da soma das pensões porque há alguns casos em que um pensionista recebe mais do que uma pensão (Mais Liberdade, Mais Factos)
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