O propósito de introdução de um barco (ferry?) na linha entre a Madeira e o Continente custa à volta de 6 milhões de euros anuais, excluindo despesas portuárias. O sucesso desta operação é duvidoso, na medida em que é mais do que provável que o afluxo de passageiros por via marítima se verifique apenas nos meses de Verão. E mesmo assim - problema que se coloca também à carga - tudo vai depender do porto de operação no continente, desconhecendo-se se a ideia é manter Portimão ou tentar Sines ou Setúbal, preferencialmente este ao que julgo saber.
O concurso, da responsabilidade do governo de Lisboa, dado que podem ser envolvidos nesta operação fundos comunitários, foi aberto e a ele concorreram 7 armadores, provavelmente as propostas devem estar a ser abertas dentro de pouco tempo. Existe a possibilidade, segundo apurei, que os armadores interessados não prevejam uma operação para todo o ano. Fontes que contactei garantem-me que existe a forte probabilidade dos armadores apontarem para seis a sete meses de operação, a seleccionar entre Fevereiro e Outubro, conciliando passageiros e carga.
Outra questão que tem sido rodeada de alguma expectativa e de dúvidas tem a ver com o pequeno avião que efectuará 4 vezes por semana, segundo apurei, ligações entre o Continente e a Madeira para transporte de mercadorias. O responsável por esta operação, Miguel Freitas, da FlyMii, investiu um milhão de euros para fretar um avião que transportará até oito toneladas de produtos.
Sei que existem alguns contactos com empresas de transporte de mercadorias que terão celebrado uma espécie de pré-acordos com a empresa aérea, mas o sucesso desta operação dependerá em grande medida da "concorrência" que o barco que começar a operar na linha Madeira-Continente sabendo-se que a Madeira não tem muitos dos produtos que exporta para o continente que tenham que trocar o barco pelo avião. Tudo dependerá, no caso do barco, dos custos desse transporte e do porto de operação. Sei também que a empresa aérea não está muito interessada em celebrar acordos com os CTT e que a operação deverá começar a 20 de Outubro, depois de estarem a ser ultimadas burocracias bancárias fundamentais para a concretização da operação.
Miguel Freitas, que é piloto da TAP - em situação de licença - terá adoptado nos últimos tempos uma estratégia de silêncio absoluto, alegadamente por entender que pode ter sido prejudicado por fugas de informação em torno deste tema.
Diz quem sabe que os custos de operação deste avião ascenderão a 12 a 15 mil euros diários, excluindo taxas aeroportuárias e outras despesas de carga-descarga o que torna a operação bastante cara, a precisar por isso de ser devidamente pensada, estruturada e negociada com parceiros privados.
Sem comentários:
Enviar um comentário