O Porto Santo vive do verão para resistir ao inverno. É em julho e agosto que a ilha madeirense arrecada a maioria das receitas, com turistas do continente, estrangeiro e, sobretudo, da Madeira, onde a praia dourada é tradição. A areia fina e terapêutica é o grande trunfo do Porto Santo, mas há mais: paisagens tranquilas, sabores únicos e um dos vinhos mais raros do país. Na época alta, o histórico hotel fundado nos anos 60 - o mais antigo da ilha - enche-se de habituais. Já recebeu presidentes e escritores e mantém o charme de outros tempos. Como outras unidades, enfrenta o desafio da sazonalidade. Para combatê-la, o spa aposta em tratamentos com areia aquecida, ideais para quem procura bem-estar com sossego. No restaurante "O Torres", Nelita Melim preserva a tradição com pratos como o perrigil, escarpiadas e polvo com legumes locais - aos quais o solo e a água da ilha dão um sabor especial.
A água, aliás, é central para o futuro. O turismo depende da produção e distribuição de água potável. Está em curso a expansão da dessalinização para 10 mil m³ por dia, suficiente para 35 mil pessoas, com um sistema de reutilização que garante sustentabilidade. Fora do verão, o campo de golfe é uma aposta para atrair visitantes: entre setembro e maio, a procura subiu 15%. Nas vinhas, Pedro cuida de 14 hectares onde crescem duas das castas mais caras do país, listrão e caracol, que originam vinhos raros. Em novembro, vai nascer o primeiro vinho biológico da ilha.
No artesanato, o risco é a extinção. Vera, a mais jovem artesã, é a única que ainda faz cestos de cana, tradição ameaçada por pragas como o escaravelho das palmeiras. A história da ilha vive no Museu dos Descobrimentos, com memórias de secas, isolamento e ataques de piratas argelinos. E lembra-se também que Cristóvão Colombo terá casado com a filha de Bartolomeu Perestrelo, primeiro capitão do Porto Santo. Veja aqui (SIC Noticias, texto dos jornalistas Marta Caires e António Castro)
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