segunda-feira, abril 08, 2024

Sondagem: Montenegro é quem mais perde com novas eleições

Os mais velhos são os que menos acreditam que o Governo dure os quatro anos da legislatura (78%). Os mais jovens são os mais otimistas (27%), ainda que o saldo seja igualmente negativo.  Foi entre os que vivem na região Centro que melhor foram recebidas as escolhas de Montenegro para o Governo (40%). É também nesta região que há mais expectativas positivas quanto ao primeiro-ministro (34%). Cerca de dois terços das mulheres avaliam como negativa uma eventual participação do Chega no Governo (64%). São mais onze pontos percentuais do que entre os homens.

Partidos

Se o novo Governo cair, todos perdem. Mas o preço a pagar pode ser diferente para os três maiores partidos. A julgar por uma sondagem da Aximage para o JN, DN e TSF, a fatura mais pesada seria apresentada a Luís Montenegro: segundo 44% dos portugueses, o resultado de uma nova eleição seria mais negativo para a AD. Em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão. Nesta metáfora, a casa é o Parlamento, e o pão em falta uma maioria. Num cenário instável, especula-se sobre a curta duração que poderá ter esta legislatura. Mas quem for responsabilizado pela instabilidade pode sofrer um castigo eleitoral. O principal alvo na mira dos inquiridos é a AD. Entre o deve e o haver, fica com um saldo negativo de 25 pontos (44% dizem que haverá castigo dos eleitores, 19% que haverá um prémio). O PS é o segundo na lista, com um saldo negativo de 11 pontos (37% apontam para resultado mais negativo, 26% para mais positivo). E finalmente o Chega, com sete pontos de saldo negativo (39% antecipam perda de votos, 32% um crescimento).

Quem castiga quem?

Todos perdem, mas não são exatamente as mesmas pessoas que apontam para um eventual castigo. No que diz respeito às diferentes regiões, a AD é mais penalizada por quem vive no Porto, o PS por quem vive no Norte e Centro, e o Chega pelos lisboetas. Se o ângulo for a idade dos inquiridos, o alerta para Luís Montenegro chega dos que têm 50 a 64 anos, enquanto para o PS e o Chega é dos que têm 65 anos ou mais. As diferenças são mais evidentes quando se destacam as preferências partidárias, ainda que continue a haver alguns pontos de contacto. Os mais convencidos de que será a AD a perder com uma crise que conduza a novas eleições são os que votam na CDU, PS e Chega. Se a pergunta for sobre o PS, os que preveem um resultado mais negativo são os que escolheram a AD, a IL e o Chega nas legislativas. Finalmente, no caso do Chega, quem mais adivinha um castigo são os comunistas, os socialistas e os que votaram na AD.

Santos bate Ventura

Enquanto o cenário não se confirma e a AD governa, quem terá a primazia na liderança da Oposição? Tanto André Ventura quanto Pedro Nuno Santos garantem que será o respetivo partido a referência para uma alternativa. Mas os portugueses inclinam-se maioritariamente para o socialista (53%), em particular os que vivem nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, os homens, os mais velhos e os que votaram no PS. André Ventura recolhe o favoritismo de 35% dos inquiridos, destacando-se os que vivem na Região Centro, as mulheres, os que têm entre 50 e 64 anos e, naturalmente, os que votaram no Chega. Os eleitores da Aliança Democrática estão divididos sobre quem será o principal rival de Montenegro, mas dão ligeira vantagem a Santos (46%) sobre Ventura (40%) (Jornal de Notícias, texto do jornalista Rafael Barbosa)

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