Segundo os cálculos do FMI, a dívida pública global continuará a aumentar nos próximos anos, atingindo 99% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2029. Esse aumento é impulsionado principalmente pela China e pelos EUA, superando os picos históricos observados durante os anos mais difíceis da crise pandémica. Contrariando as recomendações de organizações internacionais, que destacam a necessidade de ajustes para garantir finanças sustentáveis, países como Sudão, Japão e Singapura estão entre os que acumularão as maiores dívidas públicas brutas do planeta no início de 2030.
Na lista dos mais endividados estão também Itália (144,9%), Grécia (138,8%), Bélgica (115,6%), França (115,2%) e Espanha (104,2%), este último mantendo a tendência descendente, ao contrário da tendência global. Já o nível de endividamento público português vai prosseguir nos próximos seis anos a trajetória de queda iniciada em 2017. O FMI prevê que o rácio da dívida pública no PIB desça de 99,1% registado no ano passado para 76,9% em 2029. No horizonte das projeções do Fiscal Monitor, apresentado esta quarta-feira em Washington DC, o endividamento cai 22,2 pontos percentuais, regressando perto da situação que existia em 2008.
Assim, Portugal distancia-se definitivamente do ‘clube’ dos superendividados da zona euro. Os dados do FMI revelam que, em 2021, houve uma redução nos níveis de déficit e dívida pública em todo o planeta, que representava apenas 91% do PIB naquele ano. No entanto, um ano depois, a tendência mudou, principalmente devido aos aumentos das taxas de juros e às despesas dos Governos para combater os efeitos da pandemia e da crise inflacionária. O FMI sugere uma combinação de políticas fiscais bem concebidas para impulsionar o crescimento a longo prazo e ajudar a financiar investimentos públicos estratégicos necessários para facilitar a transição verde e digital (Executive Digest)
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