sexta-feira, abril 05, 2024

PSD-M: o desafio mais decisivo de todos

Depois de Marcelo Rebelo de Sousa ter anunciado, tal como a maioria das pessoas achava inevitável - os contornos da crise política regional, sobretudo alguma instabilidade, contradição e fragilidade institucional regionais, surgidas logo depois do 24 de Janeiro, associados à dissolução apressada da Assembleia da República devido a um alegado processo de investigação a Costa, cujos contornos continuam a ser desconhecidos, tal como acontece com Albuquerque, apenas constituído arguido - ao PSD-Madeira nada resta senão preparar-se para aquelas que serão, indiscutivelmente, as eleições regionais mais difíceis da sua vida e da sua história. Não há volta a dar. O PSD-Madeira tem que estar preparado, muito bem preparado, tem que estar todo mobilizado, os militantes e os eleitores precisam ser convencidos de que o partido necessita de continuar no poder, de forma influente - até porque houve uma Legislatura abruptamente interrompida - porque há opções e decisões a serem tomadas.

O PSD-Madeira tem de ser capaz de encontrar o engenho e a arte suficientes para perceber que a 26 de Maio, mais do que a sua sobrevivência e do seu projecto social, económico e político autonómico - um combate que repetidamente diz que não se esgotou nestes quase 50 anos de caminhada, com todos os seus defeitos e virtudes – estará em causa a sua sobrevivência enquanto força política liderante e influente que, gostem ou não de ouvir, tem um legado histórico de combate, de persistência, de erros e acertos, de sucessos e derrotas, de fragilidades e pujanças, etc, tudo isso associado ao percurso da própria Autonomia regional no pós-25 de Abril. E cuja importância, impacto e amplitude, para a Região e para as Pessoas, transcende os protagonistas social-democratas mais em evidência nesse percurso e que ficaram mais conhecidos pelo seu envolvimento mais activo em várias frentes.

A primeira decisão do PSD-Madeira passa pela obrigação de tocar a rebate, de reunir todos, incluindo os desiludidos, os que foram afastados, os que se afastaram, os insatisfeitos, os jovens que não encontram as respostas que querem e precisam encontrar, as mulheres, nem sempre são respeitadas e defendidas como deviam, na vida, no trabalho, na política, nem colocadas nos lugares que por direito são delas, os idosos que devem ser respeitados no final das suas vidas, depois de tudo o que deram a todos durante muitos anos de labuta, etc. O PSD-Madeira tem de se reencontrar, tem de mudar muito, incluindo pessoas, tem que adaptar-se aos novos tempos, tem que mudar e de renovar-se, de trazer caras novas, ideias novas, contributos novos, tem que redefinir o seu programa, objectivos essenciais e prioridades governativas, tem que repensar uma Região que não pode ser vítima de estagnação nem de qualquer político faz-de-conta.

Para isso o PSD-Madeira precisa esquecer imediatamente as directas, que pertencem ao passado, porquanto os seus militantes votaram e fizeram as suas escolhas. O assunto está encerrado, não há espaço para manhosos, nem para chicos-espertismos, nem para caciquismos saloios nem para habilidades “italianas” de pretensos "donos" do partido. Os vencedores e os vencidos não podem envolver-se em ajustes de contas na praça pública, muito menos em absurdas e patéticas perseguições, demonizações, caças às bruxas internas, tudo ao deplorável estilo das ditaduras que por aí andam. O PSD-Madeira tem que reunir-se em torno de Miguel Albuquerque, mesmo os que estão contra ele ou não o apoiam, porque ele é um líder partidário legitimado pelos militantes do seu partido, ao contrário de outros políticos regionais que por aí andam e que ninguém sabe como foram eleitos, quando e por quem. O PSD-Madeira não pode ir para eleições envolto em lavagem de roupa suja interna ou ceder às pressões das redes sociais que valem zero (LFM, texto de opinião pública na edição do Tribuna da Madeira de 5.4.2024)

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