terça-feira, abril 16, 2024

Nota: caramba, qual a necessidade desta trampa toda? E logo agora?

Há coisas que transcendem as minha capacidade de inteligência e que me obrigam a prescindir de procurar entender para não cair nalgum estado mental de completo caos.

Sem julgar antecipadamente seja quem for - não me compete fazê-lo, recuso fazê-lo, não tenho qualquer interesse em fazê-lo - muito menos caindo no populismo demagógico e manipulador de renegar a presunção da inocência seja a quem for, porque todos os processos sem transitarem em julgado não estão concluídos, há coisas que no domínio opinativo da política pura e dura já me intrigam e me irritam, e tenho a liberdade de sobre elas me pronunciar: qual a necessidade de deixarem chegar as coisas a este triste ponto? Solução? Resguardar-se, afastar-se de tudo, esperar pelo julgamento do processo que a envolve e quando este transitar em julgado, e conforme o desfecho, regressar ou não a funções públicas. Ganhavam todos com isso, sobretudo ganhava PD a mais interessada.

Falo do caso de Patrícia Dantas, hoje denunciado pelo CM - e começo a interrogar-me sobre o que estará subjacente a muita coisa que tem sido publicada... - que é arguida num processo já em fase de julgamento, que sabe que esta é a realidade dos factos, que foi eleita deputada nessa situação - e já não devia por correr o risco de perniciosa exposição mediática e pública - que foi afastada da lista de candidatos do PSD-Madeira à Assembleia da República por imposição de Luis Montenegro, que não foi incluída na direcção do PSD-Madeira - chegou a ser noticiado o facto de ter sido subscritora de uma moção e de um candidato, algo que foi depois negado, apenas pelo incómodo causado, e pelo mesmo motivo - que tem sido penalizada na sua imagem por causa do processo em curso, que precisa entender, de uma vez por todas, que tem que esperar a conclusão destes processos judiciais em julgamento em Braga, para poder recuperar a sua liberdade, ou não, tudo depende do desfecho dos mesmos, com é que PD, perante tudo isto, aceita ir para um gabinete complexo de um ministro de peso e com demasiada visibilidade como o das Finanças, com um patamar de exposição muito substancial, e ainda por cima, pelo que foi noticiado, para tratar das relações entre o MF e as Assembleia da República? Duvido, com toda a sinceridade, que PD tenha a tarimba política necessária para uma função política tão complexa, interrogo-me sobre os motivos porque elas se mete nestas trapalhadas, num tempo nada favorável ao PSD-Madeira, que faz regressar à ribalta noticiosa referências desnecessárias a Calado - por ter  sido colaboradora próxima. E espanta-me que ninguém tenha tido o bom senso para acabar com isto, para "matar" o coelho logo na toca, como se costuma dizer? Acham mesmo que os partidos com representação na Assembleia da República aceitarão ter qualquer relação com a adjunta do Ministro das Finanças depois de tudo o que voltou a ser noticiado? Caramba, tudo isto para quê e porquê?  É intrigante, lamentável, triste e preocupante porque revela ou amadorismo a mais ou triste ânsia de protagonismo e de poder, por razões que não me cabem adivinhar. E mais grave ainda, quando o Ministro das Finanças, depois da trapalhada e das alegadas manipulações ou mentiras em torno do IRS, foi deputado, foi colega de Patrícia Dantas na Assembleia da República onde foi tudo menos uma mais-valia para o PSD, conhece todos estes problemas relacionados com o mega processo da Associação Industrial do Minho,  Braga e sabe da decisão de Montenegro quanto à elaboração da lista de candidatos a deputados e à exigência de afastamento de deputados acusados, julgados e condenados ou em julgamento, e mesmo assim faz esta nomeação que também é aceite quando não devia?

Francamente ou a mediocridade é demasiada e nesse caso não pode perdurar ou há pressões e chantagens, ou há infantilidade demasiada da parte de ministros que são "fortes" apenas por causa da estrutura orgânica ministerial mas que na prática nunca convenceram ninguém nem representaram nem representam, mais-valia para o PSD como é o caso do Ministro das Finanças. Caramba, qual a necessidade deste tiro-no-pé, qual a justificação para estas trapalhadas todas? (LFM)

Nota: Pouso tempo depois de ter escrito esta nota, que mantenho de alto abaixo, foi public ada uma notícia, segundo a qual "Patrícia Dantas, adjunta do ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, decidiu não assumir essas funções no novo Governo, de acordo com informação veiculada pela equipa do Ministério das Finanças. “Na sequência de notícias veiculadas pela comunicação social, sobre um processo que teve início em 2017 e que está ainda a decorrer nos locais próprios, sem que sobre o mesmo tenha sido proferida qualquer decisão judicial, Patrícia Dantas, mantendo a presunção da inocência que se impõe e após ponderação, comunicou ao Sr. Ministro de Estado e das Finanças que decidiu não assumir as funções de adjunta do Ministério das Finanças”, pode ler-se em informação". Nada mais a acrescentar. Repito, não devíamos ter chegado a isto.

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