Todos os partidos melhoraram a sua posição financeira em 2021, à exceção do Bloco de Esquerda e da Iniciativa Liberal. O PS continua a ter o maior passivo e o PCP superou o PSD nos ativos. Os partidos entregaram na semana passada as contas relativas a 2021 à Entidade das Contas e Financiamentos Políticos (ECFP) e o ECO analisou a situação financeira dos que tinham assento parlamentar nesse ano. O PSD mantém-se como o partido que tem atualmente a melhor situação financeira, seguindo-se o PCP e o BE, enquanto o PS e o CDS continuam em falência técnica. Já os partidos mais pequenos têm uma situação saudável, proporcional à sua dimensão.
Há várias formas de olhar para a situação financeira dos partidos, mas entre as variáveis observadas destacam-se os capitais próprios, ou seja, a situação líquida — a medida mais direta da saúde da empresa em determinado momento. Genericamente, esta corresponde à diferença entre os ativos e o passivo, neste caso dos partidos. Nesta ótica, o PSD está no topo com 21,7 milhões de capitais próprios positivos, o que compara com a situação do PS de 2,8 milhões de euros de capitais próprios negativos. Os dois maiores partidos portugueses melhoraram a sua situação financeira face a 2020, mas têm uma diferença significativa: enquanto o passivo dos social-democratas é de 5,6 milhões, o dos socialistas é de 22,8 milhões de euros. Em segundo lugar está o PCP com 18,7 milhões de euros — depois de ter registado um “lucro” de 1,67 milhões em 2021 — e depois, bem mais longe, Bloco de Esquerda com 2,35 milhões de euros.
Segue-se o PAN com 433 mil euros, melhorando face a 2020, e o Chega com 239 mil euros, também melhor do que no ano anterior. Já a Iniciativa Liberal viu os seus capitais próprios positivos deteriorarem-se em 2021 para 32 mil euros.
O CDS — que ainda tinha representação parlamentar em 2021 — tem capitais próprios negativos de 163 mil euros, mas tal representa uma melhoria significativa face há uns anos quando o partido chegou a ter perto de um milhão de euros de capitais próprios negativos. Não há uma análise às contas do PEV — que, a par do CDS, também tinha representação parlamentar em 2021 — porque o partido não entregou as contas anuais de 2021 até ao prazo definido pela lei (31 de maio). O Livre não se encontra nesta análise uma vez que a deputada eleita desvinculou-se do partido. Apenas nas eleições legislativas antecipadas de janeiro de 2022 é que o partido reconquistou um lugar no Parlamento com a eleição de Rui Tavares (ECO digital, texto do jornalista Tiago Varzim)
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