Garante
o Sol que "o Congresso do CDS, em Julho, arrisca-se
a não ser um passeio para Paulo Portas. A ala crítica do líder pretende
apresentar uma moção no Congresso e admite até uma candidatura adversária. Ao
SOL, Filipe Anacoreta Correia, do Movimento Alternativa e Responsabilidade,
afirma que a estratégia actual «não serve o partido e o país». Crítico da forma
como decorreram as negociações para o OE de 2013 e, agora, a taxa de
sustentabilidade das pensões, considera que Portas «devia publicitar claramente
as alternativas que apresentou» porque, assim, revelou-se «refém» do ministro
das Finanças. «É certo que vamos participar activamente, na linha do que temos
feito», afirma Anacoreta Correia, sobre a apresentação de uma moção ao
Congresso. O Movimento Alternativa e Responsabilidade está ainda a ponderar a
apresentação de uma candidatura à liderança – que pode ser feita até ao início
do Congresso, sendo ele electivo. Fontes do movimento consideram que essa
hipótese «não está excluída» e que pode ser «uma cara de uma nova geração».
Debaixo
de fogo por causa das pensões
Na
última semana, Portas esteve sob fogo da oposição, mas também por parte de
alguns centristas, por causa da sua posição sobre a taxa aos pensionistas.O
ex-líder do CDS, José Ribeiro e Castro, é veemente. «Lamento que o CDS não
funcione de forma regular e devida. Temos de andar de lanterna e bússola na mão
a tentar decifrar o que se passa», afirma, acusando a direcção de «racismo
contra os funcionários públicos» por querer baixar as pensões da CGA. Pedro
Pestana Bastos, da Comissão Política de Portas, defendeu no Facebook que não
compreende como é que o CDS consegue reclamar vitória. «Mas vitória de quê? Por
ter admitido passar a fronteira que afirmava que não podia deixar passar?»,
questionou, acrescentando: «Desculpem, mas devo ser burro".