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aqui que "António Passos Coelho, pai do actual
primeiro-ministro, nunca quis que o filho fosse para o Governo. Hoje, quase
dois anos depois das eleições que o levaram a São Bento, admite que Pedro
Passos Coelho “está morto por se ver livre disto”. Quando isso acontecer, a
família “vai fazer uma festa”, admitiu ao jornal i. “Nunca gostámos que ele
fosse para onde foi, porque a ideia cá em casa, na família, é que isto não tem
conserto. Há muitos anos, não é de agora”, disse. Sobre as críticas que sistematicamente
ouve contra o governo, Passos Coelho assegurou ao i que o filho está ciente das
dificuldades que estão a ser impostas aos portugueses. “Coitado, sabe Deus o
que ele passa. Está morto por se ver livre disto”, disse, acrescentando que,
apesar de o país estar “mal”, “temos de viver em austeridade, não há volta a
dar”. Antes das eleições, em pleno período de campanha, António confessa que
alertava o filho para os problemas do caminho que estava a seguir: “Vais-te
lixar”, dizia-lhe. “Toda esta gente que está aqui vai vaiar-te. Agora estão
aqui todos contigo, mas daqui a um ano vão vaiar-te”. Mas apesar de ter
alertado o filho para os dissabores da governação, foi o médico e ex-presidente
da distrital do PSD de Vila Real que iniciou Passos na vida política quando, em
1978, o levou ao seu primeiro congresso do PSD em Lisboa. Agora em plena crise,
António Passos Coelho confirma ao i aquilo que o primeiro-ministro já disse
publicamente: que não vai deixar o Governo em caso de fracasso nas autárquicas.
“É evidente que posso fazer isso [demitir-me], mas vai ser uma tragédia para o
país. Tudo o que conseguimos cai de um dia para o outro, todo o critério
internacional cai de um dia para o outro, vamos ter outro resgate, vamos ter
uma austeridade pior que esta. Isto está na minha mão. Como é que eu posso
fazer isso?”, terá desabafado o primeiro-ministro ao pai".