Li no Publico, num texto da jornalista Margarida Gomes que "Castanheira Barros não poupa primeiro-ministro,
censurando as suas políticas e actuação liberal. Em defesa da social-democracia,
Castanheira Barros, que se candidatou à liderança do PSD com Pedro Passos
Coelho, em 2010, acusa o Governo de ter uma "actuação de cunho liberal,
não consentânea com o programa nem com os estatutos do partido", e adverte
que o que está a acontecer "vai para além dos limites do socialmente
tolerável". Castanheira Barros reuniu-se esta semana, em Setúbal, com o
grupo de militantes do PSD que integrou a comissão política nacional da sua
candidatura e foram muitas as críticas que se ouviram às recentes políticas do
Governo quanto à administração pública, pensionistas e ao modelo de
desenvolvimento económico e social para o país. Em declarações ao PÚBLICO, o
advogado, que foi o rosto da luta contra a co-incineração em 2006 na serra da
Arrábida e em Souselas, enaltece a ideologia do partido para criticar o
"cunho economicista do discurso político dominante" do Governo"
e salientar que rejeita que a "política possa ser reconduzida a uma mera
operação aritmético-financeira". "Os trabalhadores da administração
pública, os pensionistas e o sector empresarial do Estado não podem ser o bombo
da festa." E reclama: "É preciso uma política eminentemente
social-democrata"."Estamos perante uma política de cunho
verdadeiramente liberal em que se dá alguma prevalência aos interesses
financeiros em detrimento dos interesses de quem trabalha", insurge-se o
advogado. Durante o encontro, foram apresentadas medidas alternativas às
propostas do Governo que passam pela "diminuição da dívida pública,
nomeadamente a venda de património do Estado e renegociação das parcerias
público-privadas, principalmente as que sejam prejudiciais para o Estado ou se
revelem ruinosas. A posição do Tribunal Constitucional sobre pensões foi também
contestada. "Nós discordamos frontalmente do Tribunal Constitucional
quanto à tese de que não existe o direito a uma pensão em concreto. Isto é
juridicamente um absurdo", declara, explicando que o "direito a uma
pensão em concreto é, aliás, determinada segundo critérios unilateralmente
fixados pelo Estado para os quais os pensionistas não são ouvidos nem
achados".