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domingo, setembro 10, 2023

Gabinete de estudos do BdP arrasa Centeno

Mário Centeno está a ser muito contestado pelos técnicos do Banco de Portugal. A comunicação que assinou nos últimos dias é considerada parcial e pouco rigorosa. Entre o economista e o político, Centeno escolhe o político. O pior é que é governador de uma entidade supostamente independente e reguladora.

A mistura de papéis está a deixar cada vez mais desconfortáveis os técnicos e economistas do Banco de Portugal. A gota que encheu o copo foi o inédito documento que Mário Centeno decidiu publicar na última semana com a assinatura de governador do Banco de Portugal (BdP). O documento é inédito e até agora ninguém sabe se vai passar a ser uma tradição, já que dentro do BdP_ninguém foi informado sobre a sua publicação.

O Nascer do SOL sabe que a iniciativa  de Mário Centeno  foi muito mal acolhida em diversos departamentos do Banco e não é reconhecida como um documento oficial da instituição. As nossas fontes criticam a forma e o conteúdo do texto. «È um texto de opinião que não se alicerça em dados objetivos», dizem-nos. «Abuso incrível» e «perspetiva pessoal» foram algumas das críticas ouvidas esta semana pelo nosso jornal. Economistas reputados e com muitos anos de trabalho no Banco de Portugal garantem-nos que nunca se viu nada assim e que este é um texto de um político, «ainda por cima ex-ministro das Finanças» e não de um líder de uma entidade reguladora.

terça-feira, maio 04, 2021

A supervisão comportamental em números 2020

O Banco de Portugal publicou o Relatório de Supervisão Comportamental. O Relatório descreve as atividades de supervisão dos mercados bancários de retalho desenvolvidas pelo Banco de Portugal em 2020. A Supervisão Comportamental tem como objetivo garantir a transparência de informação prestada pelas entidades supervisionadas aos seus clientes na comercialização de produtos e serviços bancários, assegurar o cumprimento do quadro normativo destes produtos e serviços e, deste modo, contribuir para a eficiência e para a estabilidade do sistema financeiro. Descubra nesta infografia os números da Supervisão Comportamental em 2020 (Banco de Portugal)



quinta-feira, outubro 09, 2014

Banco de Portugal estima gastar um milhão em viagens



O Banco de Portugal estima gastar cerca de um milhão de euros em viagens no próximo ano. O contrato, por ajuste direto, foi assinado em agosto e prevê o pagamento faseado dos gastos em deslocações e pernoitas em hotéis. 

segunda-feira, dezembro 16, 2013

Reservas de ouro do Banco de Portugal perdem 4,6 mil milhões

Diz o Dinheiro Vivo que "as barras de ouro que estão guardadas nos cofres do Banco de Portugal valem hoje quase menos cinco mil milhões de euros que no início do ano. A razão é a queda a pique dos preços do metal amarelo nos mercados internacionais, com o ouro a perder brilho, fruto da especulação investidora de que a Reserva Federal (Fed) dos EUA anuncie o início do fim do programa de estímulos à maior economia do mundo. As contas são simples de fazer. Portugal detém quase 383 toneladas de ouro, as quais, à cotação atual do metal amarelo de 1226 dólares a onça troy, valem 11 mil milhões de euros; no final do ano passado, as mesmas reservas estavam avaliadas em 15,6 mil milhões. Ou seja, desde o arranque do ano, o valor das reservas de ouro do Banco de Portugal baixou 27%, o equivalente a uma desvalorização de 4,6 mil milhões de euros. E a perda potencial de valor das reservas - caso o Banco de Portugal vendesse parte das suas reservas - ganha ainda uma maior dimensão se for calculada com base no “pico”do preço do ouro atingido a 5 de setembro de 2011. Nessa altura, o ouro atingiu o máximo histórico de 1898,99 dólares, o que avaliava as barras de ouro detidas por Portugal em 16,6 mil milhões de euros, ou seja mais 34% ou 5,6 mil milhões que o valor atual.
Portugal figura entre os países com maiores reservas de ouro no mundo (ver tabela). De acordo com os dados mais recentes do World Gold Council, relativos a setembro, Portugal é o 15.º no top mundial. Mas a realidade é que o Banco de Portugal não compra nem vende ouro desde o terceiro trimestre de 2006. As últimas vendas ocorreram em 2003 e 2006 ao abrigo de um acordo com outros bancos centrais, que limita as vendas deste ativo. No atual quadro legal da União Monetária Europeia, os governos não podem dispor livremente das reservas de ouro que são geridas pelos bancos centrais e o resultado das vendas efetuadas fica retido nesses bancos e não pode servir para amortizar dívida do país. Os bancos centrais estão proibidos de financiar diretamente os Estados.
Considerado um ativo de refúgio pelos investidores em tempos de crise, o ouro tem vindo a perder o brilho e a desvalorizar nos mercados (ver gráfico), com os investidores à espera que a Fed anuncie na reunião desta semana o fim do atual programa de estímulos económicos, que consiste na injeção mensal no sistema financeiro de 85 mil milhões de dólares (63 mil milhões de euros), através da compra de dívida pública e créditos hipotecários, depois da divulgação recente de indicadores económicos que têm vindo a sinalizar a recuperação da maior economia do mundo.
Depois de já ter chegado a negociar abaixo da barreira dos 1200 dólares a onça troy em junho, o ouro está cada vez mais perto de fechar o ano com o primeiro saldo negativo anual, depois de 12 anos de ganhos consecutivos. E 2014 também não se avizinha favorável, uma vez que várias casas de investimento apostam numa nova depreciação do ouro no próximo ano. De acordo com as previsões mais pessimistas, o preço do ouro poderá cair mais 15%. E o valor das nossas reservas também"

domingo, junho 02, 2013

Banco de Portugal: Relatório de Estabilidade Financeira – Maio 2013



  1. Decorridos dois anos desde o início do programa de ajustamento económico e financeiro, o sistema bancário apresenta um ajustamento considerável do seu balanço, com uma melhoria significativa da situação de liquidez, um reforço da solvabilidade e uma redução do grau de alavancagem, persistindo, no entanto, importantes desafios no que se refere à evolução prospetiva da sua rendibilidade.
  2. Desde meados de 2012 que se tem assistido ao desanuviar das tensões nos mercados financeiros internacionais, em resultado da política monetária acomodatícia nas principais economias avançadas, incluindo na área do euro. No caso da área do euro, as medidas de política monetária não convencional do BCE tiveram um impacto significativo em termos das condições nos mercados de dívida pública dos países sob pressão, mas persiste ainda um elevado grau de fragmentação dos mercados de crédito.
  3. Neste contexto, a que acresceu o reconhecimento por parte dos investidores internacionais dos resultados do esforço de consolidação orçamental já atingidos, a perceção do risco soberano português entre os operadores de mercado foi melhorando ao longo de 2012, situação que é visível na redução muito substancial das taxas de rendibilidade em mercado secundário da dívida pública portuguesa. Esta situação culminou, já em 2013, nas primeiras emissões de dívida pública a 5 e 10 anos pela República Portuguesa desde o início do programa de ajustamento económico e financeiro. Estes desenvolvimentos já vinham sendo pontuados igualmente por emissões de dívida por parte dos bancos portugueses a partir do último trimestre de 2012, indiciando também uma melhoria da perceção do risco deste setor pelos investidores internacionais. Porém, as emissões ocorridas foram de montante reduzido e a um custo ainda relativamente elevado, pelo que o acesso aos mercados internacionais, tanto dos bancos como do Estado português, não pode considerar-se ainda normalizado.
  4. Em 2012, pela primeira vez desde o início da área do euro, o setor privado não financeiro apresentou, no seu conjunto, uma situação de capacidade de financiamento. Esta evolução resultou de um aumento da poupança e de um decréscimo do investimento, tanto dos particulares como das sociedades não financeiras e ocorreu num contexto em que a rendibilidade das empresas se manteve baixa.
  5. Os níveis de endividamento permaneceram muito elevados, com destaque para as sociedades não financeiras. Neste âmbito salientam-se os setores da construção, promoção imobiliária e comércio, os quais apresentam condições de exploração mais débeis e níveis de incumprimento do crédito superiores aos restantes setores. Neste contexto, as empresas do setor da construção continuam a enfrentar condições de financiamento bancário muito restritivas, enquanto nos restantes setores económicos a descompressão da perceção do risco do Estado e dos bancos nos mercados internacionais, que se tem vindo a observar desde meados de 2012, estará gradualmente a repercutir-se em condições menos restritivas no acesso ao crédito.
  6. O aumento do incumprimento na carteira de crédito, que está a atingir níveis sucessivamente mais elevados, com destaque para o crédito às empresas e a particulares para fim diverso da aquisição de habitação, resulta da recessão profunda e prolongada que a economia portuguesa atravessa. No caso do crédito à habitação, a redução das taxas de juro para níveis muito baixos, por efeito da diminuição dos indexantes, estará a mitigar a deterioração da capacidade de servir a dívida por parte dos particulares. Em ligação com a tendência de aumento do incumprimento, a informação disponível aponta para que o fenómeno de reestruturação de créditos esteja a atingir proporções relevantes e que, apesar disso, persistam vulnerabilidades importantes no setor privado não financeiro, com destaque para as empresas.
  7. A margem financeira dos bancos também se encontra sob pressão descendente em resultado da confluência de um conjunto de fatores, designadamente a reduzida atividade no mercado de crédito, a baixa rendibilidade da carteira de crédito à habitação contratada no passado face aos custos de financiamento atuais, a manutenção de custos de financiamento elevados, associados nomeadamente à base de depósitos e aos instrumentos híbridos, e o baixo nível das taxas de juro de curto prazo, que comprime a margem associada aos depósitos à ordem. Adicionalmente, a rendibilidade dos bancos encontra-se condicionada pela necessidade de reajuste das redes comerciais dos bancos, que terão que lidar com as alterações estruturais na procura de serviços financeiros no médio prazo. Por seu turno, a atividade internacional, que em anos anteriores compensou largamente as pressões descendentes sobre a rendibilidade na atividade doméstica, tem vindo a contribuir progressivamente menos para os lucros dos bancos.
  8. Num quadro em que se perspetiva uma nova redução da atividade económica em 2013, com a inerente contração da procura dirigida às empresas e deterioração das condições no mercado de trabalho, antevê-se uma continuação da materialização do risco de crédito e a necessidade de os bancos manterem uma política prudente de reconhecimento das perdas associadas. A este desafio acrescem a redução visível do contributo da atividade internacional e as dificuldades associadas à reduzida rendibilidade no futuro próximo.
Lisboa, 28 de maio de 2013

quarta-feira, janeiro 13, 2010

Bando de Portugal: estimativas preocupantes

O Banco de Portugal reviu em alta as previsões de crescimento económico. Em 2009 a recessão terá sido menos severa do que o esperado. Assim, a instituição acredita na aceleração do crescimento já no próximo ano. Apesar das melhorias, este ano ainda deverá ser difícil para as famílias. No Bom Dia Portugal, o jornalista Camilo Lourenço fez a leitura dos números.

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Leia ainda:
- "Necessidades de financiamento externo vão superar 11% do PIB em 2011" (por Nuno Carregueiro, no Jornal de Negócios);
- "Emprego em Portugal só cresce em 2011" (por Rui Peres Jorge, no Jornal de Negócios);
- "Banca vai manter restrições elevadas na concessão de crédito" (por Sara Antunes, no Jornal de Negócios);
- "Rendimento real dos portugueses vai baixar" (por Nuno Carregueiro, no Jornal de Negócios);

quinta-feira, julho 30, 2009

Espanha: Sondagem em véspera da visita do Rei

Os portugueses mais conhecidos em Espanha
Tan cerca y tan ignorados - “Decía Voltaire que "los frailes entran sin conocerse, viven sin amarse y mueren sin llorarse". Algo parecido ha pasado durante siglos entre españoles y portugueses, que comparten la parcela ibérica pero ignoran lo que sucede al otro lado de sus aposentos. El gran desconocimiento recíproco es una de las conclusiones principales del Barómetro de Opinión Hispano-Luso. Lo que sabemos los unos de los otros se refiere sobre todo al mundo del espectáculo y el deporte. Los tres portugueses más famosos en España son, en este orden: los futbolistas Luis Figo, Cristiano Ronaldo -la encuesta se realizó antes de su fichaje por el Real Madrid-, y el Premio Nobel de Literatura, José Saramago. Los tres personajes españoles más famosos para los portugueses son, en este orden: Julio Iglesias, el rey Juan Carlos y la princesa Letizia. Los resultados indican "un conocimiento trivial y banal" del otro país, según Mariano Fernández Enguita, catedrático de Sociología en la Universidad de Salamanca. En el caso de los españoles se acentúa esta limitación, al haber quedado demostrada una mayor ignorancia política. Sólo el 6,9% de los españoles sabe el nombre del actual presidente de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, y sólo el 1,2% conoce el del primer ministro, José Socrates. La situación es muy distinta en Portugal, donde el 54,2% sabe quién es el presidente del Gobierno español. El periodo de historia conjunta también es desconocido. Sólo el 10,2% de los españoles y el 11,3% de los portugueses identifica a Felipe II como el rey que en el pasado reunificó España y Portugal.
El propio sondeo apunta a una de las causas de este supino desconocimiento: sólo la mitad de los españoles ha estado alguna vez en Portugal. Aunque las visitas de los portugueses a España son más frecuentes -el 84% afirma haber estado al menos una vez- únicamente el 1% de los españoles y el 2,8% de los portugueses ha residido en el país vecino. Fernando García Casas, director del gabinete del Secretario General Iberoamericano, pidió ayer en la presentación del estudio un mayor esfuerzo, sobre todo en el terreno de la educación, para mejorar el conocimiento mutuo de ambas sociedades
” (El Pais, texto do jornalista Fernando Peinado)

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Os espanhóis mais conhecidos em Portugal


El 40% de los portugueses apoya una unión política con España - "La unión política entre España y Portugal es una idea que divide a los portugueses y causa indiferencia en España. El 39,9% de los ciudadanos del país vecino es partidario de integrarse con España en una federación, mientras que la mayoría de los españoles expresan su desinterés cuando se les plantea la propuesta, según una encuesta de la Universidad de Salamanca que fue presentada este martes en la sede de la Secretaría General Iberoamericana en Madrid. El 30,3% de los españoles apoyaría la creación de una unión ibérica. El Barómetro de Opinión Hispano-Luso (BOHL), dirigido por el Centro de Análisis Sociales de la Universidad de Salamanca, es el primer estudio conocido sobre lo que piensan los ciudadanos a uno y otro lado de la frontera sobre sus vecinos. Al no existir un sondeo similar con carácter periódico es difícil saber con precisión si la propuesta de federación política gana o pierde adeptos, aunque existe el precedente de la encuesta que publicó en 2006 el semanario lisboeta Sol por la que el 28% de los portugueses estaría dispuesto "a formar un solo país con España". El sondeo publicado este martes muestra que los portugueses ponen aun menos cortapisas al aprendizaje del español en sus escuelas. El 50% considera que su enseñanza debe ser obligatoria en primaria y secundaria. El consenso es aún mayor si se plantea el estudio del español como lengua optativa, reforma que encuentra la aprobación del 85,1% de los encuestados. Por el contrario, la propuesta del estudio obligatorio del portugués en las escuelas españolas fue rechazada por el 76,2% de los españoles entrevistados”. (El Pais, texto do jornalista Fernando Peinado)

quarta-feira, julho 15, 2009

Ainda a crise

Veja aqui na SIC, duas notícias sobre os indicadores divulgados hoje pelo Banco de Portugal:
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Revisões em baixa - Vítor Constâncio acredita que deverão ser as últimas nas previsões económicas do BdP;
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Economia em queda - As contas do Banco de Portugal mostram uma contracção de 3,5% no PIB

Boletim de Verão do Banco de Portugal

O Boletim de verão do Banco de Portugal, hoje divulgado em Lisboa, pode ser lido aqui. Dessa publicação destaco, por exemplo, os seguints textos:

- SALÁRIOS E INCENTIVOS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM PORTUGAL, por Maria Manuel Campos e Manuel Coutinho Pereira - A necessidade de caracterizar e compreender a gestão dos recursos humanos na Administração Pública em Portugal justifica-se pela sua importância enquanto entidade empregadora de cerca de um quinto da mão-de-obra nacional e da maioria dos trabalhadores de determinadas categorias profissionais. Neste artigo procede-se a uma análise dos incentivos associados aos salários no sector público, tomando como termo de comparação o sector privado.Para o efeito são utilizadas bases de dados abrangentes para os dois sectores, recolhidas nos anos de 1996, 1999 e 2005. Este período de tempo, apesar de relativamente curto, permite ir além de uma análise meramente estática e identificar alguns factos que aparentam ter mudado nos últimos anos. Embora a literatura em que se comparam os diferentes aspectos dos sistemas salariais público e privado seja extensa para outros países, não existem muitos trabalhos aplicados ao caso português. Uma primeira análise deste tipo foi feita por Portugal e Centeno (2001) com base em dados de inquérito. Centeno e Pereira (2005) estudaram a determinação dos salários no sector público com base nos dados para 1999 que aqui são utilizados, mas não efectuaram um contraponto com o sector privado. O presente trabalho expande o âmbito deste tipo de análise, explorando as bases de dados para os dois sectores relativamente a várias dimensões.
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- PERSPECTIVAS PARA A ECONOMIA PORTUGUESA:2009-2010 - Um aspecto essencial das projecções macroeconómicas agora divulgadas consiste na manutenção da queda do PIB em 2009 (-3.5 por cento) relativamente à projecção intercalar publicada em Abril no Boletim Económico da Primavera. Essa projecção era na altura a mais baixa entre as publicadas para a economia portuguesa por diferentes instituições, as quais vieram, no entanto, a apresentar posteriormente previsões mais negativas. A informação mais recentemente coligida sobre a economia portuguesa justifica, porém, que se mantenha o valor publicado no Boletim Económico da Primavera, que se traduz numa contracção ligeiramente inferior à antecipada para a média da área do euro. Sublinhe-se, no entanto, a enorme incerteza que rodeia estas projecções e o resultado da análise de riscos que continua a apontar para um risco descendente para a actividade económica em Portugal.As perspectivas para a economia portuguesa no período 2009-2010 continuam a ser marcadas pela interacção entre a crise nos mercados financeiros internacionais e a evolução da actividade económica à escala global, sendo de destacar o colapso do comércio internacional registado desde o final de 2008. Neste enquadramento, admite-se que a generalidade das economias avançadas atravesse uma fase de contracção aguda da actividade em 2009, enquanto as economias de mercado emergentes deverão apresentar níveis de crescimento historicamente baixos. Este quadro recessivo global deverá começar a dissipar-se, ainda que de forma muito gradual, ao longo do horizonte de projecção, num contexto de progressiva regularização das condições financeiras à escala global e de recuperação gradual da procura mundial. A economia portuguesa, sendo uma economia aberta e plenamente integrada em termos económicos e financeiros, não poderia deixar de ser significativamente afectada por este enquadramento internacional. Neste contexto, prevê-se que após a forte contração da actividade económica no corrente ano, se suceda uma retracção limitada (-0.6 por cento) em 2010.
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- A DINÂMICA DOS PREÇOS E SALÁRIOS EM PORTUGAL: UMA ABORDAGEM INTEGRADA COM BASE EM DADOS QUALITATIVOS, por Fernando Martins - Um conhecimento mais aprofundado acerca das características e determinantes da dinâmica dos salários é uma condição fundamental para uma correcta definição das políticas económicas, em geral, e da política monetária, em particular. Na ausência da taxa de câmbio como instrumento de ajustamento, a flexibilidade salarial apresenta-se como um importante mecanismo alternativo para assegurar um adequado ajustamento a choques simétricos ou assimétricos numa união monetária. Apesar de diversas reformas nos mercados de trabalho terem sido levadas a efeito nos últimos anos em vários países da área do euro, permanecem diferenças assinaláveis ao nível da contratação colectiva e de outras instituições do mercado de trabalho (Du Caju et al., 2008). Por outro lado, os salários são um determinante importante do nível de preços das empresas. Um dos factos estilizados mais robustos da evidência microeconómica recente, tanto quantitativa, como qualitativa, sugere que as empresas em que o peso dos custos do factor trabalho nos custos totais é superior, com particular destaque para as empresas de serviços, tendem a apresentar uma maior rigidez de preços.
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sexta-feira, abril 17, 2009

Lembrando...

O Governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, recomendou um controlo das finanças públicas nacionais.

quarta-feira, abril 15, 2009

O estudo da pobreza do Banco de Portugal


NOVOS FACTOS SOBRE A POBREZA EM PORTUGAL
por Nuno Alves

"1. INTRODUÇÃO
A pobreza representa uma privação do direito básico de cada indivíduo participar plenamente na vida social, económica, cultural e política da comunidade em que se insere. Os pobres tendem a ser excluídos de diversos mercados, enfrentam um acesso limitado às instituições políticas e judiciais e investem de forma insuficiente na aquisição de activos que optimizem a sua participação nas actividades económicas, com destaque para o investimento em capital humano. Adicionalmente, esta exclusão tende a ser transmitida entre gerações. Num contexto de mercados incompletos, a importância de reduzir os níveis de pobreza é, deste modo, fundada não apenas em razões de equidade mas também em razões de eficiência. Os níveis de pobreza persistentemente elevados em Portugal representam uma questão incontornável no processo de desenvolvimento da economia portuguesa nas décadas mais recentes. Uma literatura crescente tem analisado esta questão, após os trabalhos seminais de Silva (1982) e Costa et al. (1985). Alguns contributos subsequentes merecem igualmente destaque, em particular Silva et al. (1989), Pereirinha (1996), Ferreira (2000), Albuquerque et al. (2006), Rodrigues (2007) e Costa et al.
(2008). Este artigo parte destes trabalhos e visa apresentar evidência recente sobre as características da população pobre em Portugal, bem como sobre vários mecanismos que contribuem para a ocorrência de situações de pobreza em Portugal. Em comparação com as referências acima aludidas, este artigo apresenta algumas inovações. Em primeiro lugar, o artigo baseia-se no último inquérito do INE à despesa das famílias, realizado em 2005/06. A informação contida neste inquérito permite apurar evidência sobre vários fenómenos importantes, nomeadamente a evolução do rendimento e despesa dos agregados familiares ao longo do ciclo de vida, a transmissão inter-geracional da educação e a prevalência de vínculos conjugais positivamente relacionados com o nível de educação. Em segundo lugar, os indicadores de pobreza calculados baseiam-se não só em agregados de rendimento mas também em agregados de despesa, o que pode fornecer ilações diferentes sobre a composição, dinâmica e factores explicativos da pobreza. Finalmente, o artigo apresenta uma análise das determinantes da pobreza com base em regressões multivariadas, o que permite aferir o contributo relativo de cada elemento explicativo controlando para o impacto dos restantes.
Para compreender as tendências mais recentes da pobreza em Portugal, e para desenhar políticas óptimas tendentes à sua redução, é importante ir além da simples medição estatística do fenómeno da pobreza e discriminar os mecanismos que influenciam a sua incidência e duração. Apobreza pode ser compreendida como o resultado da combinação entre (i) as decisões das famílias e indivíduos face a choques idiossincráticos e agregados; (ii) o conjunto de elementos institucionais que caracterizam a economia, incluindo a estrutura sócio-demográfica, o nível de capital humano e o funcionamento dos mercados de bens, de trabalho e de crédito; e (iii) a miríade de políticas públicas que afectam o conjunto de oportunidades de escolha e a estrutura de incentivos que os indivíduos defrontam. Naturalmente, estas dimensões estão fortemente interligadas entre si. Neste artigo, serão evidenciados alguns contributos destes elementos para a explicação da evolução recente da pobreza em Portugal, muito embora não seja possível identificar, para cada factor, uma causalidade estatística em sentido estrito. O resto do artigo encontra-se estruturado da seguinte forma. Na Secção 2 será clarificado o conceito de pobreza adoptado na análise, bem como diversas hipóteses metodológicas assumidas. A Secção 3 apresenta uma caracterização da pobreza em Portugal em 2005/06 e apresenta as principais tendências para o período 1994/95 – 2005/06. A Secção 4 estima a importância quantitativa de um conjunto de variáveis explicativas da pobreza em Portugal, no quadro de regressões Probit. A Secção 5 apresenta as principais conclusões e procura antever algumas forças que influenciarão a dinâmica da pobreza em Portugal no futuro". Leia o documento (e faça download), aqui

terça-feira, abril 14, 2009

Banco de Portugal vai arrasar previsão económica

Ao que parece, e segundo o Jornal de Negócios, o Banco de Portugal deverá anunciar hoje um recuo arrasador do crescimento do PIB em 2009 da ordejm dos 2%: "O Banco de Portugal vai hoje rever em baixa as suas previsões para a evolução da economia portuguesa, devendo antecipar uma contracção superior a 2%, quando no início de Janeiro antecipara um recuo do PIB de 0,8%, valor em torno do qual o Governo acabou por alinhar as suas previsões aquando da apresentação Orçamento suplementar. Ao contrário do que é habitual, a apresentação do Boletim de Primavera, que será feita esta tarde, será acompanhada da actualização das previsões macroeconómicas, confirmou ao Negócios fonte do banco central. A apresentação será feita em conferência de imprensa, agendada para as 15h00. A acelerada deterioração da conjuntura levou o BdP a optar por antecipar a actualização das suas previsões. Ainda na semana passada, Vitor Constâncio avisara que tem, neste momento, uma visão sobre o andamento da economia portuguesa "bastante mais pessimista" do que a última vez que fez declarações em público. Em declarações à margem da conferência de imprensa de apresentação da Central de Responsabilidades de Crédito, o governador disse que o PIB nacional poderá cair mais do que na recessão de 1993, ano em que, segundo as séries estatísticas compiladas pela Comissão Europeia, Portugal "afundou" 2%.Recorde-se que, no final de Janeiro, o governador do banco central afirmou que, se fizesse previsões naquela altura, seriam piores do que a projecção de quebra de 0,8%, divulgada no início desse mesmo mês. Dias mais tarde indicou que a quebra andaria à volta de 1%. Na semana passada, sinalizou que os números mais próximos da realidade sugerem já uma recessão mais profunda que a de 1993. Na mesma ocasião, Vítor Constâncio disse antecipar uma “eventual recuperação no próximo ano”, mas apenas se esta for “sincronizada e simultânea” ao nível mundial – caso contrário “não terá qualquer sustentabilidade”.

quarta-feira, janeiro 14, 2009

Recessão: a intervenção de Constâncio

No passado dia 6 de Janeiro, o Governador do Banco de Portugal apresentou mais um Boletim do Banco e anunciou que Portugal estava tecnicamente em recessão económica: "As previsões económicas apontam para uma quebra da actividade económica de 0,8 por cento em 2009 e para um crescimento de +0,3 por cento em 2010. São as mais negativas até agora publicadas sobre a economia portuguesa, embora não se conheçam ainda as próximas actualizações a publicar por organismos internacionais. A análise de riscos a que procedemos aponta para possíveis cenários alternativos maioritariamente descendentes. A estimativa para o crescimento em 2008 é também revista em baixa, de 0,5 por cento para apenas 0,3 por cento. Esta alteração decorre de os indicadores parciais já disponíveis apontarem para um desempenho muito negativo da economia no quarto trimestre. Esta circunstância também afecta inevitavelmente a previsão do crescimento médio para 2009". Aos interessados em guardar estes documentos, deixo aqui o link de acesso ao pdf que pode ser gravado.

terça-feira, dezembro 23, 2008

Investimento directo estrangeiro recua 23%

"O investimento directo estrangeiro (IDE) em Portugal recuou 23% nos dez primeiros meses do ano para 3,14 mil milhões de euros, contra os 4,08 mil milhões atraidos em igual período do ano passado. No Boletim Estatístico de Dezembro hoje divulgado pelo Banco de Portugal é ainda notado que, entre Janeiro e Outubro, o investimento de Portugal no estrangeiro diminuiu 2,03 mil milhões de euos. Ainda assim, este valor representa uma melhoria face à contracção de 3,93 mil milhões registada no período hómologo de 2007" (texto do jornalista Pedro Duarte, Diário Económico)