Mais de 60% da área ardida em Portugal em 2024 teve origem em incêndios provocados (intencionalmente) por mão humana. De acordo com o "Relatório de Atividades do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais" (SGIFR), o incendiarismo foi responsável por 61,2% da área total destruída pelas chamas no país.
O uso negligente do fogo, nomeadamente para queimas ou queimadas, representou 7,0% da área ardida, enquanto as causas acidentais, estruturais ou naturais responderam por 4,4%. Uma fatia significativa (27,4%) permanece de causa desconhecida, evidenciando as dificuldades na investigação e atribuição de responsabilidades destes fenómenos. Tiago Oliveira, líder da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), refere, em declarações ao JN, que é urgente dar prioridade a medidas de prevenção “do alcoolismo e problemas de saúde mental”, assim como ao acompanhamento de reincidentes e vigilância de comportamentos.
A AGIF alerta também que é necessário desencadear medidas para melhorar a gestão da floresta. Rui Gonçalves, ex-coordenador do Grupo de Trabalho para a Propriedade Rústica, refere que as propostas, que incluem medidas sobre o direito sucessório (heranças) para evitar a “imobilidade da propriedade”, para facilitar o emparcelamento, entre outras, não devem ser tomadas “avulso”. “Se não tornarmos as áreas rurais apelativas para o investimento, o resto não resolve e mantêm-se as dificuldades” (Mais Liberdade, Mais Factos)
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