É na Área
Metropolitana do Porto que a satisfação com a gestão camarária é maior. Na
região de Lisboa a margem de tolerância é bastante menor. A maioria dos
portugueses estão satisfeitos com os últimos quatro anos de gestão autárquica:
50% dão nota positiva, quase o dobro dos que dão nota negativa (27%), de acordo
com uma sondagem da Aximage para o JN. Quando faltam quatro meses para as
autárquicas, são também 50% os que atribuem "grande" importância às
eleições (13% acham que é "pequena") e 71% os que têm a certeza que
irão votar (6% estão certos de se abster).
É na Área Metropolitana do Porto que a satisfação com a gestão das câmaras municipais é maior (59%). E é também nesta região que há menos gente insatisfeita com os autarcas (23%), o que significa que beneficiam de um saldo positivo de 36 pontos percentuais. Uma aparente boa notícia para os autarcas do Porto que pretendam renovar o mandato e um cenário menos evidente no resto do país e em particular na Área Metropolitana de Lisboa. É verdade que na região da capital também há mais avaliações positivas (45%) do que negativas (26%), mas o saldo encolhe para 19 pontos positivos. Um sinal de maior competitividade eleitoral.
A avaliação aos
autarcas é tanto mais positiva quanto mais novo o eleitor: há um saldo de 34
pontos na faixa dos 18/34 anos; que desce para os 18 pontos nos que têm 65 ou
mais anos. Da mesma forma, quanto maior é o rendimento, maior é o grau de
satisfação (o saldo aumenta dos seis para os 23 pontos à medida que se sobem os
degraus das classes sociais).
Ainda no que diz
respeito às idades, a importância atribuída às eleições autárquicas aumenta com
a idade (apenas 37% dos mais jovens admitem que é "grande", face a
69% entre os mais velhos), tal como a certeza de ir votar (de 59% para 82%).
Sucede que, como já ficou demonstrado, quanto mais velho o eleitor, menor é a
satisfação. O que significa que é entre os mais velhos que as oposições terão a
sua melhor hipótese de conquistar uma Câmara.
A importância da
obra
Quando se trata de
escolher um presidente de Câmara, não há dúvidas quanto à característica a que
os eleitores dão mais importância: o trabalho/obra realizada (63%). Um aspeto
que parece favorecer os autarcas que já estão no poder e que é particularmente
importante nas faixas etárias dos 35 aos 64 anos (70%), entre os que têm
melhores rendimentos (73%) e os que vivem na região de Lisboa (72%).
A importância do
trabalho/obra supera quase sempre a soma dos outros três critérios com que os
inquiridos foram confrontados (personalidade, filho da terra, partido). Mas há
exceções: entre os habitantes da região Norte, a competência continua a ser a
característica mais importante (41%), mas é superada pela soma das restantes: a
personalidade é o critério mais importante para 26%; ser filho da terra é
relevante para 23%; e o partido pesa mais para 6%.
Também entre os
mais pobres o trabalho/obra do presidente ou candidato (44%) se vê superado
pela soma dos restantes critérios (50%). Os cidadãos com 65 ou mais anos também
dão mais importância que os restantes eleitores à personalidade, origem e
filiação partidária.
Legislativas mais
importantes que as autárquicas
Em setembro ou
outubro de 2021, haverá eleições autárquicas. Mas, no que diz respeito a atos
eleitorais, as legislativas ainda são as que os portugueses mais valorizam
(35%). Entre as autárquicas (28%) e as presidenciais (27%) há um empate
técnico. Mas para as duas classes sociais mais baixas, a eleição do inquilino
de Belém é a mais importante do que a eleição para a Assembleia da República,
de que resulta a formação do Governo.
Governo à frente
da Câmara
Questionados sobre
a instituição política em que mais confiam (a Presidência da República ficou de
fora, por ser unipessoal), os portugueses dão a vitória ao Governo (29%), com
mais três pontos que a Câmara Municipal (26%), que até ganha nas regiões Centro
e Sul, nos homens, nos mais jovens e nos habitantes das aldeias.
Dia de votação
será em outubro
A data das
eleições autárquicas ainda não foi marcada, mas a maioria dos inquiridos (61%)
está ciente de que deverá ser no mês de outubro (Jornal de Notícias, texto do
jornalista Rafael Barbosa)
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