A crescente
tendência de automação das empresas tem aumentado a preocupação juntos dos
trabalhadores. De acordo com um estudo realizado pela Boston Consulting Group
(BCG), em parceria com a The Network, 36,4% dos trabalhadores em Portugal
ficaram mais preocupados com a automação da sua função laboral durante a
pandemia, sobretudo nas áreas de marketing e comunicação, indústria e
transformação, administração e secretariado, bem como no serviço de apoio ao
cliente.
Quanto às indústrias percecionadas como tendo maior risco de automatização está a área dos Seguros (59%), Legal (55%) e Retalho (48%). “A pandemia e a crescente disrupção tecnológica levaram as pessoas a questionar os seus percursos profissionais”, sustenta um dos autores do estudo e sócio sénior da BCG, Rainer Strack. Contudo, uma grande parte desses trabalhadores mostra-se disposto a desenvolver novas competências de forma a responder a uma eventual mudança de trabalho ou de funções, decorrente da digitalização.
“A nível global, quase sete em cada dez pessoas afirmam estar disponíveis para a reconversão profissional permitindo-lhes mudar de funções. Este nível de flexibilidade poderia ajudar os empregadores e os governos que estão preocupados em preparar a sua força de trabalho para o futuro”, explica o especialista. Em Portugal, 80% dos trabalhadores mostra abertura para ter formação e adquirir outras competências, uma percentagem consideravelmente acima dos 68% a nível mundial.
O mesmo estudo revela ainda que parte das indústrias mais afetadas pela pandemia e pela automação são aquelas cujos colaboradores se mostram dispostos a desenvolver novas competências: Seguros (94%, Energia (90%), Instituições Financeiras (86%), e Telecomunicações e Turismo e Viagens (83%). Quanto ao recurso da formação, os trabalhadores em cargos de gestão (91%), IT e tecnologia (89%), setor dos serviços (88%), administração e secretariado (86%) são os mais favoráveis à mesma.
A formação no local de trabalho é a modalidade privilegiada (64%), seguida da autoaprendizagem, com 54%, sendo a formação online em instituições a está a conquistar cada vez mais adeptos. O mesmo estudo revela também uma mudança significativa na escolha do modelo de trabalho. Antes da pandemia, 81% dos inquiridos trabalhavam a 100% no escritório e apenas 2% em modo completamente remoto, cenário que se vê alterado com a adoção forçada de modelos alternativos: apenas 11% dos inquiridos quer voltar ao escritório a tempo inteiro, 28% gostaria de trabalhar em modo totalmente remoto, e os restantes 61% preferem um modelo híbrido.
No
que diz respeito ao regime de trabalho e flexibilidade, 31% das mulheres
inquiridas admitiu que pretende manter o regime de full-remote, face a 24% dos
homens. Cerca de 70% dos portugueses consultados revelou ainda que gostaria de
ter um horário total ou parcialmente flexível, uma percentagem ligeiramente
acima da média global (64%) (Executive Digest, texto da jornalista Inês Amado)
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