quinta-feira, junho 03, 2021

Covid-19: Vacinação não vai ser suficiente para acabar com pandemia, conclui novo estudo

 

A equipa de investigadores utilizou um modelo matemático para realizar uma simulação da disseminação do coronavírus entre os 10,5 milhões de habitantes do estado da Carolina do Norte, nos EUA. A partir dela, percebeu que é essencial que se continuem a seguir as medidas de prevenção da Covid-19, como a utilização de máscaras, por exemplo, enquanto a vacinação decorre, mesmo com as taxas de pessoas inoculadas a aumentarem cada vez mais No último mês, o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA anunciou que as pessoas com a vacinação completa poderiam deixar de usar máscara e de praticar o distanciamento social, mesmo nos espaços interiores, mas a recomendação foi criticada por vários especialistas. Agora, um novo estudo realizado por investigadores da Universidade da Carolina do Norte, em Chapel Hill, nos EUA, concluiu que a vacinação contra a Covid-19 é essencial, mas pode não chegar para combater de vez a pandemia. A equipa utilizou um modelo matemático para realizar uma simulação da disseminação do coronavírus entre os 10,5 milhões de habitantes do estado da Carolina do Norte.

A partir dessa simulação, que teve em conta dois cenários, – vacinas com 50% de eficácia, inoculadas em 25% dos adultos, ou cenário 1, e vacinas 90% eficazes administradas a 75% deles, ou cenário 2 – os investigadores conseguiram perceber que é essencial que se continuem a seguir as medidas de prevenção da Covid-19 enquanto a vacinação decorre, mesmo com as taxas de pessoas inoculadas a aumentarem cada vez mais.

Caso contrário, avisam os investigadores, o relaxamento das medidas relativas à utilização de máscaras, distanciamento social e até encerramento de escolas, por exemplo, pode fazer com que o vírus continue a ser disseminado, com um aumento grande do número de novos casos, internamentos e mortes.

O estudo, publicado esta terça-feira na revista científica JAMA Network Open, sugere que, “para uma população de 10,5 milhões, cerca de 1,8 milhões de infeções e 8 mil mortes podem ser evitadas durante quase um ano, caso sejam mantidas as medidas de prevenção – utilização de máscaras e distanciamento social, principalmente -, além de passar a existir uma maior cobertura vacinal.

Tendo em conta os dois cenários realizados pela equipa, o cenário 1 revelou uma média de 2,2 milhões de novos casos de infeção por coronavírus, caso as medidas fossem suspensas, e quase 800 mil novas infecções caso fossem mantidas. Quanto ao cenário 2, o modelo identificou 527409 novos casos de infeções por Covid-19 sem medidas de prevenção e 450575 novas infeções com medidas de prevenção a serem mantidas.

A partir destes resultados, os investigadores chegaram, ainda, a outra conclusão: de forma a reduzir o risco de propagação do vírus, é mais benéfico administrar vacinas de menor eficácia a mais pessoas do que o contrário. “Aumentar a cobertura vacinal numa quantidade substancial, independentemente da eficácia da vacina, é, realmente, o que parece estar a guiar o controlo” da pandemia, garante à CNN Mehul Patel, autor do estudo e professor na Universidade da Carolina do Norte (Visão)

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