Escreve
o Expresso, num texto do jornalista Daniel Ribeiro que "a seis dias do primeiro aniversário da
sua eleição para o Eliseu, François Hollande seria eliminado logo na primeira
volta se fossem realizadas hoje presidenciais antecipadas. François Hollande e
os socialistas franceses não têm razões para festejar com alegria o primeiro
aniversário da vitória nas eleições presidenciais de seis de maio de 2012. Uma sondagem do instituto CSA revela que, se
tivessem lugar, hoje, novas eleições, o chefe de Estado francês seria batido
logo na primeira volta pelo seu antecessor, Nicolas Sarkozy, e pela líder da extrema-direita,
Marine Le Pen. De acordo com o estudo,
Sarkozy alcançaria 34% dos votos, Marine Le Pen 23%, Hollande 19% e o chefe da
esquerda não socialista, Jean-Luc Mélenchon, 12%. Em relação aos resultados das
eleições de há um ano, o ex-presidente perderia nove pontos, Sarkozy ganharia
sete, Marine Le Pen seis e Mélenchon um ponto.
Hollande
atacado por todos os lados
Um
ano depois de ser eleito, François Hollande é atacado por todos os lados - pela
esquerda, pela direita, pelos sindicados e, até, por muitos dirigentes
socialistas, entre eles o Presidente da Assembleia Nacional (AN), Claude
Bartolone. O Presidente da República vai
conhecer um mês de maio difícil devido a manifestações de protesto organizadas
pela esquerda e pela direita. Os desfiles tradicionais do dia primeiro de maio
serão de forte contestação ao poder socialista e no domingo seguinte, dia
cinco, decorrerão em Paris duas novas manifestações, uma da esquerda e outra da
direita. A esquerda não socialista, apoiada por ecologistas e, até, por
socialistas, vai manifestar contra a austeridade e contra a "política de
direita" do Governo. Pelo seu lado,
a direita desce novamente à rua a pretexto do combate à lei sobre o casamento
"gay" e a adoção de crianças por casais homossexuais, recentemente
aprovada na AN mas ainda não promulgada.
Poder
socialista desnorteado
Devido
à crise, à diminuição do poder de compra e ao aumento do número de
desempregados, que atinge um recorde histórico absoluto (3.224 milhões de pessoas
sem trabalho), François Hollande é atualmente contestado por dezenas de
deputados socialistas, diversos ministros e pelo Presidente da AN. François
Hollande não consegue impor ordem na "casa socialista" e, com a
direita e a esquerda a atacá-lo na rua, a presidência e o Governo parecem um
pouco desnorteados. Claude Bartolone,
que pretenderá ser nomeado chefe do Governo numa possível remodelação nos
próximos meses, defende uma viragem à esquerda na política do Governo e
"um confronto" da França com a Alemanha sobre a política de
austeridade na União Europeia. No próprio PS, a contestação às orientações de
François Hollande ganha adeptos. O partido do chefe do Estado emitiu há dias um
comunicado muito crítico em relação à chanceler Ângela Merkel que provocou
tensão entre os dois países. Devido a pressões do Presidente e do chefe do
Governo, o comunicado foi corrigido à última hora mas alguns socialistas
transmitiram-no na sua versão inicial à imprensa, provocando enorme polémica em
França e muito desconforto no poder"