Li no Dinheiro Vivo que "Portugal deverá precisar de mais ajuda da Europa numa altura em que países como a Alemanha perdem cada vez mais o entusiasmo em conceder mais dinheiro para ajudar os países periféricos. Esta é a convicção dos analistas do Credit Suisse. No entanto, a solução mais provável para resolver este problema, segundo os analistas, não passa por um segundo resgate mas a concessão por parte das instituições europeias de uma linha de crédito a Portugal até que este regresse em pleno e na totalidade aos mercados de dívida. Esta ajuda seria importante já que os cortes orçamentais impostos pela troika já afetaram o estado psicológico da nação, impulsionando várias demonstrações de oposição pelo país nos últimos meses com o desemprego a aumentar e com o crescimento económico estagnado."A linha de crédito é a o instrumento mais apropriado para ajudar o país porque Portugal já tem um pé no mercado e essa linha teria como objetivo suportar e ajudar no regresso total ao mesmo", afirmou o analista do Credit Suisse, Axel Lang, ao The Financialist, um blog patrocinado pelo banco helvético."Este é um instrumento que é menos dispendioso para os países mais ricos da Europa porque é uma linha de crédito de precaução que pode ou não ser usada por Portugal", afirmou Lang, que admite que uma decisão final sobre este assunto não deverá ser tomada antes das eleições germânicas agendadas para setembro. Além de ter de enfrentar um 'gap' de financiamento de 12 mil milhões de euros quando o resgate de 78 mil milhões terminar, Portugal tem pela frente uma recessão. O PIB recuou 1,8% no último trimestre de 2012 e o Credit Suisse espera que a economia contraia 3% em 2013. "A procura doméstica está de facto sob uma forte pressão. Neste momento, o país está dependente do comércio externo e o sector exportador é ainda demasiado pequeno para o tamanho do país. Outro dos problemas é que o principal mercado de Portugal é Espanha, que não está igualmente em muito boa forma", sublinha Lang. Sobre as novas medidas anunciadas pelo governo, o analista defende que "devem ser aplicadas num contexto de fraco crescimento económico, contínuo aumento do desemprego, descontentamento social e, em último caso, com riscos políticos". "O governo quer ter um ambiente melhor para as empresas operarem porque é uma economia muito pequena. Basicamente querem replicar o modelo irlandês", salientou. Independentemente de Portugal receber ou não a linha de crédito da Europa, inverter o status que se tem vindo a registar nas últimas décadas de ser uma das economias europeias com o crescimento económico mais fraco é a chave para o sucesso do país no longo prazo"