Segundo
o Expresso, "depois de ter recusado um corte de 3,5% nas reformas, Paulo
Portas terá de abrir uma crise política e deixar o Governo se Passos Coelho
avançar com um corte de 10% nas pensões dos funcionários públicos, defende
Manuela Ferreira Leite. Paulo Portas não teria outra saída senão demitir-se caso
o Governo avançasse com um corte médio de 10% em todas as pensões dos
funcionários públicos, defendeu ontem à noite, na TVI 24, a antiga líder do
PSD, Manuela Ferreira Leite. "Se [o corte retroativo nas pensões] avançar
cai o Governo de certeza absoluta, porque o ministro Paulo Portas não tem outra
solução senão ir-se embora. Há uma crise política, logo não será este Governo a
aplicar essa medida", disse a ex-ministra das Finanças no seu espaço
semanal de comentário político no canal televisivo."[Paulo Portas] disse
solenemente que a retirada de rendimentos aos pensionistas era uma fronteira
que não poderia ultrapassar, quando o que estava em causa era um corte de 3,5%.
Então não pode ultrapassar com 3,5% e já pode com 10%?", perguntou
Ferreira Leite.
Governo
cruel
No
habitual comentário na TVI 24, a antiga governante considerou ainda que a
eventual aplicação retroativa de uma nova fórmula de cálculo aos pensionistas
da Caixa Geral de Aposentações é "no mínimo, uma quebra de confiança fatal
entre os cidadãos e o Governo e há, obviamente, a violação de um
contrato"."Porque é que se está a criar esta situação psicológica em
relação aos reformados? Porquê, se isto não tem hipótese de ser
concretizado?", questionou Ferreira Leite. "Não vejo anunciar uma
medida que não seja relativa aos funcionários públicos e aos reformados. O
Governo tem tratado os aposentados de uma forma muito cruel e quase
desumana", acrescentou. Para Ferreira Leite o nosso país continua
"calmo" apesar dos 42% de desemprego jovem, porque há "uma base
familiar que os mantém".