sexta-feira, julho 28, 2023

Passageiros nos aeroportos portugueses sobem 29% para 30 milhões no primeiro semestre

O aeroporto de Lisboa foi o que registou a maior taxa de crescimento homólogo (31%) nos primeiros seis meses do ano, recebendo 15,9 milhões de passageiros, mais 8,7% do que em igual período de 2019. O número de passageiros que passou pelos aeroportos portugueses aumentou, em termos homólogos, 29% no primeiro semestre deste ano, atingindo 30 milhões, ficando 12% acima dos resultados de 2019 (pré-pandemia), foi anunciado esta terça-feira. De acordo com dados divulgados em comunicado pela Vinci, que detém a ANA – Aeroportos de Portugal, todos os aeroportos (Lisboa, Porto, Faro, Funchal, Porto Santo, Ponta Delgada, Santa Maria, Flores e Horta) geridos pelo grupo em Portugal registaram taxas de crescimento homólogo de cerca de 30% no primeiro semestre. O aeroporto de Lisboa foi o que registou a maior taxa de crescimento homólogo (31%) nos primeiros seis meses do ano, recebendo 15,9 milhões de passageiros, mais 8,7% do que em igual período de 2019. Por sua vez, o aeroporto do Porto recebeu cerca de 7,1 milhões de passageiros, mais 28% do que em igual período de 2022 e mais 15% do que em 2019.

Bancos portugueses tiveram em 2022 o melhor resultado dos últimos 15 anos

Mais juros e menos imparidades: os lucros dos bancos em Portugal dispararam no ano passado para 2,97 mil milhões de euros. Foi o melhor resultado desde a crise financeira de 2007. Os lucros dos bancos em Portugal dispararam 50% no ano passado, para 2,97 mil milhões de euros. Foi o melhor resultado desde a crise financeira global de 2007, de acordo com os cálculos do Banco de Portugal.

Este resultado foi alcançado graças ao aumento da margem financeira – a diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos – e também pelo registo de menos imparidades e provisões, explica o supervisor liderado por Mário Centeno, que atualizou esta quarta-feira as séries longas do setor bancário português. Foi o quinto ano seguido em que o setor registou resultados positivos e segue-se ao período mais negativo da banca em Portugal entre 2011 e 2017, em que acumulou prejuízos de 13,7 mil milhões de euros e em que se assistiu à queda de duas instituições (BES e Banif). Desde então, os bancos melhoraram e acumularam lucros de 8,3 mil milhões.

Clima: circulação no Oceano Atlântico poderá entrar em colapso em 2050

A Circulação de Revolvimento Meridional do Atlântico (AMOC) – um grande sistema de correntes oceânicas que transporta água quente dos trópicos para norte, em direção ao Atlântico Norte – poderá entrar em colapso em meados do século, ou potencialmente a qualquer momento a partir de 2025, se as emissões de gases com efeito de estufa se mantiverem. Estas estimativas, publicadas na revista Nature Communications, põem em evidência o impacto das atividades humanas no sistema climático da Terra.

Segundo o estudo, a AMOC “é um dos mais importantes elementos de viragem, um subsistema capaz de passar a um estado irreversível, no sistema climático da Terra”. O seu potencial colapso “é uma grande preocupação e teria graves impactos no clima da região do Atlântico Norte e em todo o mundo”. Este tipo de alteração climática abrupta foi registado pela última vez durante os eventos de Dansgaard-Oeschger, no último período glaciar, causados pelo colapso e restabelecimento da AMOC. Isto levou a flutuações médias da temperatura no hemisfério norte de 10-15 graus celsius numa década, muito superiores às alterações atuais de 1,5 graus num século.

Aviação: Motores de modelos da Airbus terão de ser inspecionados devido a problema técnico

Os motores de grande número de aviões de passageiros da Airbus vão ser removidos e inspecionados nos próximos meses, depois de o fabricante de motores Pratt & Whitney ter descoberto um problema que pode provocar um desgaste mais rápido das peças. As ações da RTX Corp., empresa-mãe da Pratt & Whitney, caíram hoje à tarde 11%, depois de a empresa ter divulgado o problema, que aumentará potencialmente o ‘stress’ das companhias aéreas durante o resto da agitada época de viagens de verão.

A RTX afirmou que uma “condição rara” no pó metálico utilizado para fabricar certas peças produzidas entre finais de 2015 e meados de 2021 exigirá uma aceleração das inspeções à frota. O motor envolvido é mais frequentemente utilizado para alimentar o Airbus A320neo, um avião de médio porte popular para voos de curta e média distância. A empresa declarou que prevê que cerca de 200 motores Pratt PW1100 terão de ser retirados e inspecionados até meados de setembro e que outros 1.000 motores terão de ser inspecionados nos próximos nove a 12 meses.

quinta-feira, julho 27, 2023

Nota: Estranhas "tempestades" a leste...

Neste quadro vemos os resultados totais do JPP nas eleições assinaladas (votos e percentagem eleitoral), bem como os votos e percentagem eleitoral nos municípios do Funchal e Santa Cruz 


Sem saber o que realmente se passou na JPP - processo que culminou com a inesperada demissão de Filipe Sousa, autarca de Santa Cruz - vou tentar "adivinhar" algo mais, especulativamente. Trata-se do processo de formação das listas de candidatos a deputados regionais que não é fácil em nenhum partido, a começar pelos maiores - lembro que Albuquerque disse que mantinha a lista "escondida" para evitar amuos nas suas hostes (o mesmo fez João Jardim durante muitos anos!). No caso vertente há, da parte do JPP, impulsionado mais pelas sondagens do que por qualquer outra  convicção eleitoral ou política, a esperança de que possa recuperar os dois mandatos perdidos em 2019 para o PS e voltar a ter um GP com 5 deputados eleitos, objectivo que confesso me parece difícil, não por causa do PS mas porque essa contabilidade depende do número de partidos concorrentes e da votação de alguns deles sobretudo na aplicação do método de Hondt que nada tem a ver com percentagens de sondagens.

Presumo - porque nada foi dito - que os actuais deputados do JPP, que são deputados desde 2015, não estivessem interessados ceder a pressões e em colocar Filipe Sousa, enquanto líder partidário regional, como cabeça-de-lista, o que em circunstâncias normais nem era passível de discussão. Dado que aos olhos das pessoas estamos a falar de uma sempre perigosa "negociata" de lugares, igual à que o PSD e PS vão fazer com alguns autarcas que cumprem o seu último mandato autárquico mas que garantirão o lugar no parlamento, presumo - no quadro da tal "adivinhação" especulativa a que me aventurei, com o risco de ser desmentido, logo veremos! - que o JPP não tivesse  admitido a possibilidade da sua lista para as regionais ser encabeçada pelo líder do partido (que depois de eleito deputado continuaria autarca até final do mandato), para poder ficar com espaço de manobra e liberdade para criticar as opções do PSD e do PS. No fundo, e embora não seja uma regra com obrigatoriedade declarada, as listas de candidatos a deputados neste tipo de eleições legislativas regionais, são regra geral encabeçadas pelos líderes dos partidos

Filipe Sousa, pelo seu estatuto, pela sua experiência política - no JPP ninguém mais do que ele tem tanta tarimba política incluindo na Assembleia Regional onde chegou a ser deputado eleito pelo PS, afastado depois no quadro das substituições que provocam sempre desgaste interno e muita irritação nos partidos. No caso de Filipe Sousa afastou-o do PS.

Este quadro mostra os resultados totais do JPP na RAM nas eleições assinaladas (votos e percentagem eleitoral), bem como o total de votos nos municípios do Funchal e Santa Cruz e a percentagem destes valores face ao total eleitoral do partido na Madeira. Por exemplo, nas autárquicas de 2021 os resultados somados no Funchal e Santa Cruz corresponderam a 91,6% da votação do JPP na Madeira neste acto eleitoral.

Verdade seja dita - e Filipe Sousa sabe disso - que o autarca de Santa Cruz é mais visto pelo eleitorado, como autarca e não propriamente como líder partidário e menos ainda como deputado. Não sei se faria sentido uma mudança substancial na lista embora comece a ser discutível e nada consensual que o JPP desde 2015 "reserve" os lugares cimeiras às três mesmas pessoas. Não sei se isso é útil para o JPP em termos eleitorais ou se qualquer um deles dá votos - pessoalmente julgo que Filipe Sousa ainda é a principal mais-valia eleitoral do JPP.

Aconteça o que acontecer, seja qualquer for a verdade de toda esta estranha história, seja qual for a especulação em torno deste inesperado desfecho - e confesso que ninguém estaria à espera disto - temos "caso" para fazer parte da agenda da campanha eleitoral e que vai acumular várias acusações, mesmo que caiba só ao eleitorado definir o que quer e que escolhas vai fazer. Recordo que o JPP é sobretudo um partido local (eixo Funchal-Santa Cruz), como os resultados anteriores o mostram (ver quadros em anexo)

Finalmente é obvio que Filipe Sousa tem visto a sua imagem envolvida em demasiadas polémicas que acabam sempre por fragilizar os protagonistas, graças à perda de "munições" com os tais casos e casinhos políticos e/ou partidárias que suscitam "guerras" desnecessárias como é o caso da Comissão Nacional de Eleições e outras entidades, mormente judiciais. Acredito que nesta história estranha e impensável, que pode não ter acabado nem ter o epílogo que se presumo irreversível, o JPP pretendeu também salvaguardar a sua posição enquanto partido da oposição à governação regional evitando o desgaste causado por qualquer ricochete. (LFM)

domingo, julho 23, 2023

Lagarde e ‘falcões’ do BCE sob pressão para pausa na subida dos juros em setembro

A nova desaceleração da inflação em junho na zona euro veio acalentar a expectativa nos mercados que o Banco Central Europeu (BCE) possa fazer uma paragem no ciclo de subida dos juros em setembro. Em relação à reu­nião da próxima semana, a 27 de julho, os dados parecem estar lançados desde a última reunião do Conselho, tendo sido antecipado que haveria mais um aumento de 25 pontos-base (um quarto de ponto percentual) nos juros. A atenção dos investidores virou-se para depois do verão. A inflação desce há três meses seguidos na zona euro, registando 5,5% em junho, o nível mais baixo desde o pico de quase 11% em outubro do ano passado. O auge do surto inflacionista parece ficar cada vez mais para trás, mas há duas pedras irritantes na engrenagem — a resistência de a inflação subjacente (excluindo do índice geral as componentes mais voláteis) descer convincentemente e a subida dos preços no sector dos serviços. De facto, em junho, a inflação subjacente subiu para 5,5%, com o Eurostat, esta semana, a rever em alta a estimativa inicial de 5,4%. O organismo de estatística da União Europeia confirmou, por outro lado, que a inflação no sector dos serviços subiu para 5,4%, o nível mais alto deste surto inflacionista. Estes dois comportamentos alimentam a resistência de muitos membros do Conselho do BCE em consentir uma paragem nos juros, apesar de o Fundo Monetário Internacional ter divulgado recentemente que prevê em 2023 uma recessão para a Alemanha, a maior economia do euro, e uma derrapagem do conjunto da zona da moeda única para um crescimento da economia medíocre de apenas 0,9%.

Sondagem: Raparigas mais favoráveis às leis do aborto e do casamento gay


Apesar de não participarem de forma massiva em partidos políticos, os jovens têm "opiniões fortes". Elas são inequívocas em temas fraturantes da sociedade, em comparação com eles. As raparigas distanciam-se dos rapazes em vários temas fraturantes da sociedade, como a interrupção voluntária da gravidez, a morte medicamente assistida e o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Independentemente do género, a maioria dos jovens a residir em Portugal diz “concordar” ou “concordar totalmente” com os respetivos temas e, por consequência, com as leis aprovadas ou em vigor no país. No entanto, a sondagem da Aximage para o JN, DN e TSF mostra uma maior percentagem de mulheres entre os 18 e os 34 anos a dar “luz verde” a assuntos geralmente pouco consensuais na população, quase de forma inequívoca.

No caso da chamada “lei da eutanásia”, aprovada em março deste ano no Parlamento pela quarta vez e publicada em Diário da República a 25 de maio, há uma diferença de 14 pontos percentuais entre o sexo feminino e o sexo masculino. Há mais raparigas a “concordar totalmente” com a morte medicamente assistida, em situações de grande sofrimento, com lesão definitiva de gravidade extrema ou doença grave e incurável. Em ambos os géneros, são os mais escolarizados, com ensino secundário ou superior, a ter uma opinião favorável a esta lei.

Sondagem: Maioria dos jovens admite sair do país e culpa a economia


Emigração é um cenário que muitos ponderam, fruto da instabilidade financeira e da precariedade no emprego. Ter filhos e uma relação estável entre os projetos de vida. Mais de metade (54%) dos jovens entre os 18 e os 34 anos a residir em território nacional admite a possibilidade de trabalhar fora de Portugal, embora a maioria considere que o país é “bom para viver” e acredite usufruir de melhores condições de vida do que a geração dos pais. Apesar de conscientes das potencialidades da economia portuguesa, os jovens estão preocupados com a instabilidade financeira, a habitação e a precariedade no emprego, por esta ordem, de acordo com a sondagem da Aximage para o JN, DN e TSF.

Os que ponderam emigrar são sobretudo os que têm menos de 25 anos e os que concluíram o Ensino Secundário ou Superior (há quem esteja ainda na universidade). Por outro lado, os mais velhos e os com habilitações até ao 9.º ano preferem ficar. Quem pondera emigrar, gostaria de trabalhar em algum país europeu (não especificam). Outros têm preferência por Espanha, Reino Unido, França e pelos países nórdicos. A intenção é transversal aos eleitores de todos os partidos políticos. Mas os que votaram na IL e no PAN são dos mais predispostos a sair.

Margarida Gaspar de Matos, psicóloga clínica com estudos realizados no comportamento dos jovens, defende que é a “procura por um futuro melhor”, com melhores salários e oportunidades, que dita a vontade de deixar Portugal e não tanto o desejo de uma “aventura” ou de “conhecer novas culturas ou países”. Para isso, diz, os que têm possibilidades fazem-no com as viagens. “A geração atual de jovens é composta por cidadãos mais exigentes”, aponta.

PAN e Chega foram quem mais produziu. PS é o campeão das aprovações

Uma análise feita com base nos dados disponibilizados no site do Parlamento mostra ainda que o "rolo compressor" tantas vezes criticado não se aplica. Oposição toda junta conseguiu aprovar mais do que o PS sozinho - mas o Governo teve quase tantos diplomas viabilizados quanto os partidos nesta sessão legislativa. Os números são claros: PAN e Chega foram os partidos que mais projetos de lei entregaram na Assembleia da República na sessão legislativa que agora termina. Os dois partidos produziram, cada um, 169 projetos de lei. Em sentido contrário, o PS foi o que menos diplomas entregou (27). Por questões práticas, esta análise abrange, apenas, os diplomas vinculativos (ou seja, projetos e propostas de lei).

Os dados que o DN compilou estão disponíveis no site do Parlamento e mostram que, nesta sessão legislativa (iniciada a 29 de março do ano passado), foram entregues, ao todo, 864 projetos de lei. Destes, foram aprovados 53 - sendo que o partido que mais diplomas teve viabilizados foi o PS, com 16. Seguiu-se a IL, com nove projetos de lei aprovados, e depois o PAN, com oito. Mas os números revelam outro indicador: sozinho, o Governo conseguiu aprovar quase tantas propostas de lei quantas as de todos os outros partidos (52 do Executivo, que apresentou, ao todo, 99).

Comparando com outras sessões legislativas, é também possível perceber que esta tem sido, de longe, aquela com maior volume de produção desde que António Costa formou governo, em 2015. Com 863 projetos de lei, esta sessão legislativa surge destacada. A segunda mais produtiva foi a primeira da anterior legislatura (que se iniciou a 25 de outubro de 2019 e terminou a 14 de setembro do ano seguinte), onde os partidos na Assembleia da República produziram 505 diplomas.

Portugal é o país onde as famílias estão a reduzir mais os depósitos bancários


Para além de usarem as poupanças acumuladas nos bancos para fazer face a despesas, os portugueses puseram o dinheiro em Certificados de Aforro e amortizaram os empréstimos cada vez mais caros. A política monetária do Banco Central Europeu (BCE) é a mesma para os 20 Estados-membros da zona euro, mas as suas consequências podem ser muito diferentes de país para país. Por causa da utilização predominante de taxas de juro variáveis nos contratos de crédito, da insistência dos bancos em remunerarem modestamente as poupanças dos seus clientes e das condições atractivas oferecidas pelos Certificados de Aforro, Portugal registou, nos primeiros cinco meses do ano, a maior redução no volume de depósitos bancários de particulares em toda a zona euro. O Banco de Portugal tem garantido não haver motivos de preocupação com este fenómeno.

As taxas directoras do BCE têm vindo a subir para todos os países, com os juros aplicados aos depósitos feitos pelas instituições bancárias comerciais na autoridade monetária a passarem de -0,5% para os actuais 3,5% e prevendo-se já mais uma subida, de 0,25 pontos percentuais, no final da próxima semana. No entanto, para a forma como os agregados familiares gerem a suas finanças, as consequências são bastante diferentes de país para país. E isso é particularmente evidente naquilo que está a acontecer à evolução do volume de depósitos bancários registado em cada Estado-membro.

Um assunto que tem que ser resolvido sem palermices; Trânsito no Areeiro continua complicado

O problema do estacionamento no Pico do Areeiro persiste, apesar de há pouco tempo ter sido construído um parque de estacionamento nas imediações. Comerciantes e condutores dizem que a situação está melhor, mas ainda assim pedem outras medidas.

sábado, julho 22, 2023

Opinião: Acha que a inflação não importa? Veja o Algarve

Parece um paradoxo. No centro das principais cidades os turistas são mais que muitos. O World Travel & Tourism Council (WTTC) anuncia o melhor ano de sempre. As viagens nos aeroportos nacionais continuam a crescer rapidamente e estão mais de 10% acima do nível pré-pandemia de 2019. Receia-se até que o Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, não aguente, mais ainda com a exigência suplementar da Jornada Mundial da Juventude, que passa pela capital portuguesa nos primeiros dias de agosto. E de repente começam a soar alertas vindos do Algarve no pico do verão: as reservas estão muito abaixo do previsto, entre portugueses e espanhóis principalmente, e a ideia de se ter o melhor verão de sempre pode não passar de uma miragem.

O verão algarvio é o espelho da inflação e dos seus malefícios. Mesmo sem recessão, é um mal que vai corroendo as economias. Destinos como Lisboa ou Porto disputam a atenção de turistas de todo o mundo. Um evento desportivo, um concerto ou um simples post de Instagram podem facilmente mobilizar centenas ou milhares de pessoas. Portugal é um pequeno destino num mercado altamente globalizado, onde viajam muitos milhões de pessoas todos os anos. E onde, mesmo em tempo de crise, há sempre procura, designadamente nos segmentos mais altos. Desde que a oferta seja suficientemente atrativa. E, nesse aspeto, uma cidade histórica portuguesa pode ter semelhanças com outras europeias, mas é sempre única. Como diria um microeco­nomista, são substitutos imperfeitos, e isso dá sempre algum poder de atração às cidades. É por isso que ‘disneylandizar’ as cidades e torná-las todas iguais é um risco: passam a ser substitutos perfeitos e aí a escolha passa a ser feita com base no preço, na proximidade e pouco mais. Singularidade é um valor económico que não se deve desprezar.

Zanga desvenda financiamento ilegal na campanha do Chega

Ex-candidatos avançaram com verbas para as autárquicas, sem cobertura legal. E ninguém lhes pagou. Órgão que fiscaliza as contas dos partidos pediu auditoria. Vários candidatos do Chega às eleições autárquicas de 2021 acusam a direção de André Ventura de nunca ter cumprido a promessa de lhes devolver o dinheiro que avançaram, a título pessoal, para cobrir as despesas da campanha. A história podia ser apenas a de um desentendimento interno, mas neste caso representa um problema maior para o partido: o incumprimento da lei que define as regras de financiamento das campanhas eleitorais.

Inicialmente, o Expresso recebeu queixas de candidatos a autarquias alentejanas, nomeadamente Portalegre, mas os casos de “ilícitos financeiros” espalham-se por outras zonas do país: “Apesar de ter sido eleito, o dinheiro que gastei na campanha nunca me foi devolvido”, ouviu o Expresso de um atual vereador do Chega, que pediu para não ser identificado para não sofrer “ainda mais represálias” por parte da direção. Este vereador prefere não dizer quanto dinheiro gastou na sua campanha de 2021, mas garante que desde que entrou para o partido já deu por perdidos entre €30 mil e €40 mil — entre campanhas, manifestações, jantares e outros eventos. “Aqui no distrito todos os candidatos tiveram de avançar dinheiro próprio [nas autárquicas]. A única coisa que a direção prometeu foi ajudar com brindes e material, e mesmo assim alguns municípios receberam mais do que outros”, explica.

Justiça vai investigar mais partidos na Assembleia da República

A PGR, Lucília Gago, só disse não ter intervenção no processo. Montenegro entrega caso ao Conselho Superior do Ministério Público. Costa trava pressão no PS para mexer na Justiça, mas o incómodo com Lucília Gago é grande <span class="creditofoto">FOTO Tiago Miranda. Ainvestigação ao alegado uso indevido de subvenções do Parlamento pelo PSD no tempo da direção de Rui Rio vai conhecer novos capítulos. As autoridades querem alargar o âmbito do caso — que neste momento se cinge ao universo social-democrata — aos assessores dos outros partidos com assento na Assembleia da República. O objetivo será tentar perceber se, de facto, trabalham para os respetivos grupos parlamentares ou se, ao invés, não têm qualquer tipo de atividade na AR, mas apenas partidária, recebendo na mesma dinheiro do Parlamento. De acordo com fontes ouvidas pelo Expresso, a denúncia de dirigentes do PSD não identificados — que chegou ao Ministério Público no verão de 2020 e que foi considerada “muito credível” — deu a pista aos procuradores sobre a possibilidade de existirem situações análogas noutros grupos parlamentares.

Os whistleblowers [denunciantes] sociais-democratas apontaram o dedo à existência de três tipos de ilegalidades no partido: a de funcionários nomeados simultaneamente no PSD e no grupo parlamentar — com o partido a usar o orçamento do grupo parlamentar para pagar vencimentos no partido; os denominados ‘invisíveis’, que tinham trabalhado com Rio no Porto e continuaram na Invicta, na sede no partido, nunca sendo vistos no grupo parlamentar, e os que eram pagos simultaneamente pelo partido e pelo grupo parlamentar.

Assembleia da República: Subvenções aos grupos parlamentares aumentaram 16% nas últimas 5 legislaturas


Valor pago aos grupos parlamentares cresceu devido ao aumento do número de partidos na Assembleia da República. Subvenção para assessores é definida pelo número de deputados, ao contrário da subvenção aos partidos por cada voto em eleições. As subvenções a cargo da Assembleia da República dadas aos grupos parlamentares para a contratação de assessores e outras despesas cresceram 16% nas últimas cinco legislaturas, entre 2011 (último Governo de José Sócrates e primeiro de Passos Coelho) e 2022 (atual maioria absoluta). Os dados foram avançados ao Expresso por fonte oficial do Parlamento, e são referentes à subvenção que é dada a cada grupo parlamentar consoante o número de deputados. Assim, não são contabilizadas as subvenções dadas a cada partido após um ato eleitoral, com base no número de eleitores conquistados. Durante todo o ano passado, o último ano com o orçamento executado, a AR gastou quase €790mil para auxiliar deputados de dez grupos parlamentares – incluindo o CDS-PP, que perdeu a representação parlamentar após as legislativas de 30 de janeiro do ano passado mas ainda assim recebeu, em 2022, pouco mais de €8mil para despesas com assessorias e outros encargos.

Presidente do PS diz que funções dos assessores importam mais do que local de trabalho

Questionado ainda se Lucília Gago deve ser reconduzida como procuradora-geral da República, o dirigente socialista escusou-se a responder, ressalvando “não é matéria sobre a qual o PS tenha concluído uma reflexão”. O presidente do PS defendeu esta sexta-feira que as funções desempenhadas pelos assessores parlamentares importam mais do que o local de trabalho e considerou que aquilo que se passou com o PSD "não se devia em parte ter passado". No final de uma visita à sede da Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa, Carlos César foi questionado se o PS tem assessores pagos com verbas do parlamento que trabalham para o partido, por exemplo na sede, e afirmou que "o local de trabalho não interessa, o que interessa é a função que as pessoas desempenham".

"Eu sou presidente do Partido Socialista, um cargo e natureza não executiva, e portanto não acompanho as questões da gestão corrente, mas intuitivamente parece-me que de um modo geral os partidos políticos usam essas verbas para a atividade partidária em geral, ora na componente parlamentar, ora em componentes associadas à componente parlamentar", defendeu.

Sondagem: PS recupera primeiro lugar, Chega e Bloco em crescendo


Luís Montenegro não conseguiu aproveitar a crise do Governo e fica a um ponto de António Costa. André Ventura reforça o terceiro posto, mas quem mais sobe é Mariana Mortágua. Durou pouco a liderança virtual social-democrata. De acordo com a mais recente sondagem da Aximage para o JN, DN e TSF, se houvesse eleições o PS ficaria em primeiro lugar, mas longe de uma maioria absoluta (28,8%). O PSD seria o segundo (27,7%). O Chega reforça o terceiro lugar (13%), mas a maior recuperação é a do Bloco de Esquerda que, com Mariana Mortágua, sobe quase dois pontos relativamente à projeção de abril passado (8%), afastando-se dos liberais, que continuam em perda (5,2%). Seguem-se PAN (3,8%) e CDU (3,2%), ambos a cair, o Livre (2,7%) e, no fundo da tabela, o CDS (1,1%).

Se considerarmos a “margem de erro” da sondagem, o que se regista é, na verdade, um empate técnico. Os dois maiores partidos estão, pelo menos desde o barómetro de janeiro passado, altura em que a diferença começou a ser quase irrelevante, numa luta taco a taco pela liderança. Com vantagem para os socialistas, uma vez que os sociais-democratas só uma vez estiveram em primeiro lugar, em abril passado, e por escassas três décimas. Agora lideram os socialistas por um ponto. 

Sem razões para sorrir

Quando se fazem outras contas e se acrescentam dados qualitativos, a balança pende, sem margem para dúvidas, para o socialista António Costa: está bastante à frente de Luís Montenegro na confiança dos portugueses, que também o consideram mais competente, solidário e influente que o social-democrata. São, provavelmente, as vantagens de estar no poder e conseguir, dessa forma, uma notoriedade que não se compara à de um líder da Oposição que não tem sequer assento no Parlamento.

Se, relativamente aos resultados de abril, as diferenças são insignificantes, quando se faz a comparação com as legislativas de janeiro de 2022, nenhum tem razões para sorrir. Costa porque perde quase 13 pontos e fica sem hipótese de repetir a maioria absoluta, Montenegro porque, apesar da crise no Governo, não consegue sequer repetir o resultado de Rui Rio (fica ponto e meio mais abaixo).

Sondagem: PS recupera primeiro lugar, Chega e Bloco em crescendo

Durou pouco a liderança virtual social-democrata. De acordo com a mais recente sondagem da Aximage para o DN, JN e TSF, se houvesse eleições o PS ficaria em primeiro lugar, mas longe de uma maioria absoluta (28,8%). O PSD seria o segundo (27,7%). O Chega reforça o terceiro lugar (13%), mas a maior recuperação é a do Bloco de Esquerda que, com Mariana Mortágua sobe quase dois pontos relativamente à projeção de abril passado (8%), afastando-se dos liberais, que continuam em perda (5,2%). Seguem-se PAN (3,8%) e CDU (3,2%), ambos a cair, o Livre (2,7%) e, no fundo da tabela, o CDS (1,1%).

Se considerarmos a "margem de erro" da sondagem, o que se regista é, na verdade, um empate técnico. Os dois maiores partidos estão, pelo menos desde o barómetro de janeiro passado, altura em que a diferença começou a ser quase irrelevante, numa luta taco a taco pela liderança. Com vantagem para os socialistas, uma vez que os sociais-democratas só uma vez estiveram em primeiro lugar, em abril passado, e por escassas três décimas. Agora lideram os socialistas por um ponto.

Sem razões para sorrir

Quando se fazem outras contas e se acrescentam dados qualitativos, a balança pende, sem margem para dúvidas, para o socialista António Costa: está bastante à frente de Luís Montenegro na confiança dos portugueses, que também o consideram mais competente, solidário e influente que o social-democrata. São, provavelmente, as vantagens de estar no poder e conseguir, dessa forma, uma notoriedade que não se compara à de um líder da Oposição que não tem sequer assento no Parlamento.

Se, relativamente aos resultados de abril, as diferenças são insignificantes, quando se faz a comparação com as legislativas de janeiro de 2022, nenhum tem razões para sorrir. Costa porque perde quase 13 pontos e fica sem hipótese de repetir a maioria absoluta , Montenegro porque, apesar da crise no Governo, não consegue sequer repetir o resultado de Rui Rio (fica ponto e meio mais abaixo).

Nova lei de finanças regionais é garantida? Quando? Por quem?

Numa altura em que Madeira e Açores iniciaram a discussão (esta semana) sobre uma eventual alteração da Lei de Finanças Regionais - eventual, na medida em que alteração depende de entendimentos partidários na Assembleia da República a quem cabo aprovar a nova eventual legislação e a mais nenhuma outra entidade política ou legislativa - recordo que estamos a falar de um documento legislativo que foi alterado, na sua versão original, pelo governo de José Sócrates, alterações que alegadamente penalizaram a Madeira originando uma forte contestação na Região culminada com uma crise política consubstanciada na demissão do Governo Regional de Alberto João Jardim, numa jogada política - lembro-me que na altura, ainda antes dessa decisão ter sido tomada, advoguei-a e defendi-a sem restrições, em textos de opinião então publicados. Uma demissão que inviabilizava no quadro parlamentar regional então existente, qualquer outra solução de governo, o que abriu portas, inevitavelmente, a eleições antecipadas, realizadas em 2007, e que reforçaram com mais de 90 mil votos a representação eleitoral e parlamentar do PSD-Madeira.

Recordo esses resultados, de 2007, ano em que entrou em vigor a nova leio eleitoral regional que impôs a eleição de deputados através de um círculo único:

·       Votantes – 140.721 (137.693 em 2004)

·       Abstenção – 39,5% (39,4%)

·       PSD – 90.339 votos, 33 deputados (73.904, 44 deputados)

·       PS – 21.679, 7 deputados (37.808, 19 deputados)

·       CDS – 7.512, 2 deputados (9.675, 2 deputados)

·       PCP – 7.659, 2 deputados (7.593, 2 deputados)

·       BLOCO – 4.186, 1 deputado (4.897, 1 deputado em 2004)

 

Como se constata, o PS-Madeira foi fortemente penalizado pelo processo de imposição à Madeira de alterações à lei de finanças regionais.

Nos anos seguintes assistimos a uma pressão crescente visando a introdução de alterações na versão de 2007 da Lei de Finanças Regionais, pretexto para repetidos "combates" políticos entre a Região e a República até que em 2010 foram aprovadas pela Assembleia da República as principais alterações, se bem que não na dimensão inicialmente imaginada.

sexta-feira, julho 21, 2023

Sondagem: Portugueses concordam com Jornada Mundial da Juventude mas está pior a imagem da Igreja


De uma forma geral, a maioria dos inquiridos concorda que a JMJ que trará o papa Francisco a Portugal de 1 a 6 de agosto terá um impacto "mais positivo do que negativo". De uma forma geral, a maioria dos inquiridos concorda que a JMJ que trará o papa Francisco a Portugal de 1 a 6 de agosto terá um impacto "mais positivo do que negativo" Filipe Amorim - Lusa

A escassas semanas da realização da Jornada Mundial da Juventude, uma ampla maioria de portugueses (79%) considera que o evento terá mais efeitos positivos do que negativos, apesar de ser também uma quase maioria a considerar que foi dado demasiado dinheiro do Estado e das autarquias para que a Igreja pudesse realizar o seu evento com a participação do papa Francisco. São números da sondagem da Universidade Católica para a RTP, Antena 1 e jornal Público que também revelam que uma imensa maioria de portugueses - católicos ou não - considera que a imagem da Igreja Católica está agora pior do que há um ano. A última parte do conjunto de inquéritos realizados pelo CESOP – Centro de Estudos e Sondagens da Universidade Católica, entre 6 e 15 de julho, incide sobre a Igreja Católica, em particular a questão dos abusos sexuais na Igreja e realização da Jornada Mundial da Juventude, o evento que trará a Portugal cerca de um milhão e meio de jovens que esperam encontrar-se com o papa Francisco.