sexta-feira, março 28, 2025

Sondagem: AD ganha terreno e ultrapassa PS nas intenções de voto, Chega regista maior queda


A Aliança Democrática (AD) passou a liderar as intenções de voto para as eleições legislativas, segundo o mais recente barómetro da Intercampus, realizado para o Jornal de Negócios, Correio da Manhã e CMTV. Com 26,5% dos votos, a coligação entre PSD e CDS-PP ultrapassa o Partido Socialista (PS), que regista agora 23,1%. A diferença é, contudo, reduzida e situa-se dentro da margem de erro da sondagem, que ronda os 4%.

O estudo é o segundo realizado neste mês, após uma primeira sondagem divulgada a 11 de março, dia em que o Parlamento rejeitou a moção de confiança apresentada pelo Governo. Desde então, e num cenário político marcado pela dissolução do Parlamento e a preparação para novas eleições, registaram-se mudanças nas preferências do eleitorado. Apesar da ligeira recuperação da AD, os indecisos também aumentaram significativamente, passando de 11,3% para quase 14%, o que poderá alterar o equilíbrio das intenções de voto nas próximas semanas.

Chega sofre maior queda e IL sobe

A maior variação registada foi na intenção de voto no Chega, que caiu de 16,4% para 12,3%, uma descida de mais de quatro pontos percentuais, sendo o maior recuo do partido desde janeiro. A formação liderada por André Ventura vinha de uma tendência de crescimento, tendo passado de 15,2% para 16,4% no início do mês, mas agora regista uma queda expressiva. Em contraste, a Iniciativa Liberal (IL), vista como um dos potenciais parceiros da AD numa solução de governo, regista um crescimento de um ponto percentual, atingindo os 9,2% das intenções de voto.

A esquerda também enfrenta dificuldades, com o Bloco de Esquerda a registar uma descida significativa. O partido de Mariana Mortágua passa de 5,2% em janeiro para apenas 2,7% neste último barómetro. O PCP também continua em trajeto descendente, reduzindo-se para 1,8%, quando em sondagens anteriores tinha alcançado 3%. A exceção a esta tendência é o Livre, que se mantém estável nos 4%, e o PAN, que apresenta uma recuperação e atinge os 2,7% das intenções de voto.

Imagem dos líderes em terreno negativo

A queda do Chega e do Bloco de Esquerda parece refletir-se também na percepção dos eleitores sobre os seus líderes. André Ventura, numa escala de 1 a 5 (onde 1 é “muito negativo”, 3 é “nem positivo nem negativo” e 5 é “muito positivo”), vê a sua classificação cair de 2,3 para 2, o valor mais baixo entre todos os líderes partidários avaliados. Mariana Mortágua também sofre um recuo, passando de 2,4 para 2,2.

Nenhum líder partidário obteve nota positiva. Rui Rocha, da IL, que anteriormente alcançara um 3, recuou agora para 2,9. No caso dos dois principais candidatos ao cargo de primeiro-ministro, os resultados são mais equilibrados. O líder da AD, Luís Montenegro, sobe ligeiramente de 2,7 para 2,8, enquanto Pedro Nuno Santos, do PS, regista um movimento inverso, descendo de 2,7 para 2,6. A diferença entre ambos permanece reduzida.

Montenegro preferido para questões de confiabilidade, mas sem entusiasmar eleitores

Os inquiridos também foram questionados sobre qual dos dois principais líderes escolheriam para diferentes cenários do dia a dia. Montenegro sai-se melhor do que Pedro Nuno Santos, mas sem grande margem. Por exemplo, 24,1% admitiria ser sócio do líder da AD numa empresa, enquanto apenas 9,3% escolheria Pedro Nuno Santos. No entanto, 57,4% respondeu que não aceitaria nenhum dos dois como sócio. O cenário repete-se em outras questões de confiabilidade: 47,8% dos inquiridos não comprariam um carro em segunda mão a nenhum dos dois candidatos e 72,9% afirmam que não lhes emprestariam dinheiro (Executive Digest, texto do jornalista  Pedro Zagacho Goncalves)

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