- O PAN foi afastado da Assembleia da Madeira tendo obtido menos 209 votos que em 2024 mas foi ultrapassado pelo PCP ultrapassou-o. O PAN derrotou-se a si próprio com aquela triste mania - desconfio que imposta pela fraquíssima liderança nacional em Lisboa - de "maria vai atrás das outras" e pelas declarações em relação a Albuquerque que me pareceram deslocadas e despropositadas, dado que nada de novo aconteceu desde que PAN e o PSD regionais se entenderam em 2023;
- A coligação de Raquel Coelho foi um fracasso porque obteve menos votos que o PTP sozinho em 2024. Faltou uma liderança clara a uma coligação de três pequenos partidos que nunca podia ser colocados num mesmo plano de igualdade eleitoral que o PTP. E Raquel Coelho, comparativamente a outros tempos pareceu-me claramente sem o gás desses idos...;
- O CDS perdeu 1 deputado e mais de 1.096 votos, perdeu o estatuto de grupo parlamentar pelo qual lutava - porque lhe daria outra capacidade de manobra e de iniciativa no parlamento - mas é essencial ao PSD para obter uma maioria absoluta estável para uma Legislatura de 4 anos. Não me repugna que José Manuel Rodrigues - mesmo penalizando a participação do CDS nos debates parlamentares - dado que com um deputado os centristas ficarão sem intervenção no hemiciclo - tenha percebido isso mas seja "obrigado" a um entendimento com o PSD-M em moldes que hoje ou amanhã ficará clarificado;
- O Chega perdeu 1 deputado e cerca de 4.720 votos e a IL desceu mais de 385 votos face a 2024. Não sei se o Chega foi penalizado pela moção de censura ao Governo Regional ou pela sucessão de casos graves que a nível nacional penalizam a imagem e a credibilidade do partido, particularmente os casos de pedofilia e os roubos das malas. Ou se a uma conjugação de ambas as situações ou mesmo se o partido já atingiu o seu pico eleitoral na Região. Sei que perdeu milhares de votos e um deputado face aos eleitos em 2024. Quanto à IL obteve uma tremenda "vitória" própria, pois com a saída de Nuno Morna e a ascensão do desconhecido - falo em termos eleitorais - novo líder, muitos vaticinavam uma IL fora da Assembleia, aliás as sondagens apontavam para essa possibilidade. Manteve o mesmo deputado que tinha, por isso conseguiu os propósitos embora admita que pretendesse ter elegido um grupo parlamentar que lhe daria maior visibilidade e intervenção;
- O JPP aumentou 8.136 votos entre 2024 e 2025 e o PS perdeu 6.626 votos na Madeira. Tenho a certeza que há uma partilha do mesmo eleitorado, por parte destes dois partidos, mas o JPP além de conseguir uma vitória - mesmo que venha a perder eleitores que "roubou" ao PS - a de passar a ser a segunda força regional, teve obviamente mérito próprio pelas características da oposição que desenvolve que também pode vir a ter um efeito eleitoral que o tempo pode esbater. Veremos. Facto é que PS e JPP perderam, juntos, 1 mandato face a 2024 e apenas subiram 510 votos que facilmente se encontrarão nas perdas de outros partidos à esquerda, nomeadamente o PAN que perdeu 209 votos;
- Assembleia da Madeira passou a ter apenas 6 partidos, PSD, JPP, PS, CHEGA, CDS e IL. Quem sabe se os partidos vão achar que provavelmente terá que ser feita alguma adaptação à lei eleitoral regional
- Claramente a subida eleitoral do JPP foi feita, para além do mérito próprio dos "verdinhos", à custa das perdas assinaláveis do PS que ficou privado de demasiados votos para quem diz ser, repetidamente, a..."alternativa" aos social-democratas. A tudo isto acresce um cenário inegável de voto útil que penalizou a coligação de Raquel Coelho e o PAN, entre outros partidos de menor expressão;
- O PSD-Madeira obteve mais cerca de 13 mil votos, comparativamente aos resultados de 2024 elegeu mais 4 deputados que no ano passado, só perdeu em 3 freguesias para o JPP, Santa Cruz, Gaula e Santo da Serra. Foi o mais votado em 10 dos 11 municípios regionais - perdeu em Santa Cruz para a JPP, tal como ocorreu em 2024. Alguma oposição regional já percebeu que isso aconteceu? Parece que não.
segunda-feira, março 24, 2025
Regionais 2025: Notas ao acaso
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