segunda-feira, março 24, 2025

Regionais 2025: Paulo Cafofo devia agendar já directas e Congresso extraordoinário

Cafofo foi o grande derrotado da noite eleitoral, não há volta a dar apesar de ter anunciado que vai ficar na liderança do PS-Madeira até as autárquicas altura em que admitiu abrir um processo eleitoral interno com directas e Congresso. O problemas de Cafofo é que parece estar deslocado da realidade. Um político que sofre uma derrota com esta dimensão, que fez uma campanha marcada por promessas a pataco, que escolheu como alvo - ele que já foi arguido e até pode voltar a ser arguido se alguns processos saírem da gaveta da PGR onde estão desde 2021 - Albuquerque, alvo constante sobretudo pelo seu estatuto de arguido, que o próprio solicitou, que sabe que o Presidente do Governo não está acusado de nada, que sabe que não devemos julgar ninguém na praça pública, muito menos nas redes sociais, e muito menos por causa de questões pessoais melindrosas - aliás, Cafofo sabe disso... - cometeu ainda uma série de erros que começaram, em meu entender, com no impacto de uma lista de candidatos a deputados que ficou longe de reunir o adequado consenso interno. O real, não aquele que foi expresso nas salas de reuniões onde só existem unanimismos e aclamações de circunstância. Acresce que, para além de tudo isso, Cafofo ficou com um problema em mãos, bem complicado, já que a eleição de 8 deputados deixou alguns dinossauros do PS-M fora do parlamento e sem possibilidades de regressarem devido ao jogo das suspensões de mandatos que não me parecem plausíveis. Admito contudo que nalguns casos, em 2 deles, os eleitos venham a abandonar o parlamento por desilusão com a situação no PS-Madeira, e isso beneficiará os "afastados". Pessoalmente não creio que Paulo Cafofo tenha condições políticas para manter-se em funções como se nada se tivesse passado no passado domingo. Devia imediatamente reunir os órgãos competentes do PS-Madeira, obter a anuência deles para que seja ele a liderar o processo de elaboração da candidatura à Assembleia da República, mas agendado imediatamente as directas e o Congresso Regional extraordinário no final de Agosto ou início de Setembro, porque não em parece que um líder enfraquecido tenha a autoridade política e mesmo a legitimidade para decidir um processo com a complexidade das autárquicas. Mas essa é a minha opinião. O PS já nos habituou, desde 1976, a que nunca existem derrotas eleitorais regionais que sejam suficientemente dolorosas e expressivas ao ponto de provocarem a demissão dos lideres socialistas. Sei que não é fácil, que as decisões como esta são dolorosas, mas pior do que isso será entrar em negação ou deixar protelar a incerteza, fragilizando-se ainda mais. É apenas uma opinião pessoal que, por isso mesmo, vale o que vale. (LFM)

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