Além
de ser obrigado a se desfazer de seu celular, GPS e até do jornal, Diego Buñel
ainda precisa fingir que é ator para poder entrar na Coréia do Norte. Cada
passo seu é monitorado por dois observadores, que o seguem aonde quer que ele
vá. Começando pela capital Pyongyang, Diego hospeda-se em um hotel construído
numa ilha. Lá, os visitantes são impedidos de fazer contato com os locais e
todos os quartos têm escuta telefônica. Quando vai a uma missa na cidade, Diego
descobre que não há padres ordenados na Coréia do Norte: a missa é celebrada
por membros do partido. Diego também visita um parque de diversões onde as
crianças têm a oportunidade de "acabar com o imperialismo americano"
através de um jogo. Ao aventurar-se até o maior estádio do mundo, Diego assiste
a um espetáculo onde 100 mil dançarinos celebram os 60 anos de ditadura.
Enquanto a cerimônia passa uma imagem de felicidade e união, o quadro não é tão
pitoresco no interior do país. Os efeitos da pobreza, da fome e da opressão
deixaram marcas profundas nos rostos das pessoas e na paisagem. Mesmo em
Pyogyang, os sinais da repressão se fazem presentes. A contar pelo número de
danças que se pode encenar (de 5 a 7, de acordo com um membro do partido), até
as imagens de Kim Jung Il, que estão por toda parte.