Escreve o Sol que "a extensão do prazo de pagamento dos empréstimos europeus a Portugal deverá
permitir ao Estado pagar 19,2 mil milhões de euros só depois de 2021, segundo os
cálculos da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO). Na nota mensal sobre a dívida pública hoje enviada aos deputados da Comissão
parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração Pública, os técnicos estimam
que o alongamento em sete anos dos prazos de pagamento dos empréstimos europeus
acordado no Eurogrupo e no ECOFIN permita que Portugal possa adiar o pagamento
destes 19,2 mil milhões de euros que deviam ser pagos entre 2016 e 2021. Só até 2016, Portugal terá de amortizar 47,6 mil milhões de euros em dívida
pública de médio e longo prazo dizem também. Os técnicos independentes dizem também que a dívida de Portugal ao Fundo
Monetário Internacional aumentou, para já, em 307 milhões de euros devido à
depreciação do euro, uma vez que os empréstimos do FMI a Portugal no âmbito do
Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF) são denominados em
Direitos de Saque Especiais (DSE), um conjunto de divisas que são transformadas
em euros na altura do desembolso. Estes DSE afectam o valor recebido, ou, em sentido inverso, quando Portugal
tiver de amortizar o empréstimo contratado. Mediante as variações cambiais, Portugal pode receber mais que o valor
estimado inicialmente em euros para o valor em DSE, mas também se arrisca a
pagar mais do que receber (excluindo juros), se as variações cambiais forem
negativas para o país. Portugal teve também de pagar em Março o primeiro cupão de juros ao Mecanismo
Europeu de Estabilização Financeira (o fundo de resgate da Comissão Europeia,
composto com fundos saídos do orçamento comunitário), no valor de 194 milhões de
euro".