Segundo
o Correio da Manhã num texto do jornalista António Sérgio Azenha, "o Estado pagou ao BPN 18 moradias de luxo
e um hotel de quatro estrelas na Quinta do Lago, no Algarve. A operação foi
concretizada em dezembro de 2010, quando o fundo de investimento imobiliário
BPN Imoglobal foi transferido para a Parups, empresa pública criada para
acolher os ativos tóxicos do BPN. Com a compra do BPN Imoglobal, o Estado,
devido à crise económica, já está a perder 12,1 milhões de euros. A Parups,
detentora desse património, está a tentar vender as vivendas e a unidade
hoteleira. As luxuosas moradias estão integradas no Aldeamento Turístico Monte
da Quinta Club, localizado em Almancil, no concelho de Loulé. No site do Monte
da Quinta, garante-se que "todas [as moradias] dispõem de jardim e piscina
privativos onde os hóspedes poderão desfrutar de uma atmosfera de
qualidade." As vivendas e o hotel, assim como outros ativos imobiliários,
foram adquiridos pelo Estado no âmbito do processo de limpeza de ativos tóxicos
no BPN, com vista à sua privatização. Ao que o CM apurou, a operação de
transferência das moradias luxuosas e do hotel Monte da Quinta para a posse do
Estado foi efetuada através da compra do BPN Imoglobal pelo valor nominal das
unidades de participação. Como em novembro de 2010, data anterior à operação,
cada uma das 125 mil unidades de participação do fundo valia 419,9 euros, a
Parups pagou mais de 52,4 milhões de euros. Desde então, o BPN Imoglobal sofreu
uma desvalorização acentuada: no final de março deste ano, segundo os dados da
Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), tinha um valor de 40,3
milhões de euros, uma redução de 12,1 milhões de euros. No espaço de pouco mais
de dois anos, as vivendas luxuosas registaram uma perda de valor apreciável: no
final de 2010, as 18 moradias tinham um valor total de 18,4 milhões de euros,
mas em março deste ano valiam 16 milhões de euros. Ou seja, desde que as
moradias estão na posse do Estado, através da Parups, perderam quase 2,4
milhões de euros".