quinta-feira, maio 02, 2013

Estado paga ao BPN 18 moradias de luxo



Segundo o Correio da Manhã num texto do jornalista António Sérgio Azenha, "o Estado pagou ao BPN 18 moradias de luxo e um hotel de quatro estrelas na Quinta do Lago, no Algarve. A operação foi concretizada em dezembro de 2010, quando o fundo de investimento imobiliário BPN Imoglobal foi transferido para a Parups, empresa pública criada para acolher os ativos tóxicos do BPN. Com a compra do BPN Imoglobal, o Estado, devido à crise económica, já está a perder 12,1 milhões de euros. A Parups, detentora desse património, está a tentar vender as vivendas e a unidade hoteleira. As luxuosas moradias estão integradas no Aldeamento Turístico Monte da Quinta Club, localizado em Almancil, no concelho de Loulé. No site do Monte da Quinta, garante-se que "todas [as moradias] dispõem de jardim e piscina privativos onde os hóspedes poderão desfrutar de uma atmosfera de qualidade." As vivendas e o hotel, assim como outros ativos imobiliários, foram adquiridos pelo Estado no âmbito do processo de limpeza de ativos tóxicos no BPN, com vista à sua privatização. Ao que o CM apurou, a operação de transferência das moradias luxuosas e do hotel Monte da Quinta para a posse do Estado foi efetuada através da compra do BPN Imoglobal pelo valor nominal das unidades de participação. Como em novembro de 2010, data anterior à operação, cada uma das 125 mil unidades de participação do fundo valia 419,9 euros, a Parups pagou mais de 52,4 milhões de euros. Desde então, o BPN Imoglobal sofreu uma desvalorização acentuada: no final de março deste ano, segundo os dados da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), tinha um valor de 40,3 milhões de euros, uma redução de 12,1 milhões de euros. No espaço de pouco mais de dois anos, as vivendas luxuosas registaram uma perda de valor apreciável: no final de 2010, as 18 moradias tinham um valor total de 18,4 milhões de euros, mas em março deste ano valiam 16 milhões de euros. Ou seja, desde que as moradias estão na posse do Estado, através da Parups, perderam quase 2,4 milhões de euros".