quinta-feira, maio 16, 2013

Buraco milionário ameaça pensões



Escreve o Correio da Manhã, num texto de António Sérgio Azenha que "a Caixa Geral de Aposentações (CGA) tem um buraco de 4,3 mil milhões de euros no sistema de pensões dos funcionários públicos. Para este défice estão a contribuir a redução da receita dos descontos dos trabalhadores do Estado, devido à corrida às reformas, o corte nos salários e a ausência de contribuições regulares das entidades públicas até 2009. Os sindicatos da Função Pública, que hoje reúnem com o Governo, esperam que, apesar da crise financeira, "não haja dificuldade no pagamento das pensões da CGA", nas palavras de José Abraão, dirigente da FESAP. O relatório e contas da CGA de 2012, a que o CM teve acesso, deixa claro que os descontos dos trabalhadores, a contribuição das entidades públicas empregadoras e a Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES), que começou a ser aplicada em 2011, geraram, no ano passado, uma receita de 2,8 mil milhões de euros. Como a despesa com pensões ascendeu a 7,1 mil milhões de euros, o autofinanciamento apenas correspondeu a 40% do encargo anual com as reformas dos funcionários públicos. A própria CGA alerta que "em consequência desta redução das quotizações [descontos dos funcionários públicos], a capacidade de autofinanciamento do sistema diminuiu." Helena Rodrigues, do STE, frisa que, "até 2009, o Estado não contribuiu de forma regular para o financiamento das pensões da CGA".