sábado, setembro 23, 2023

Sondagem: Maioria dos portugueses teme falta de água e alimentos no futuro

Nove em cada dez inquiridos pela Aximage afirma que as alterações climáticas são uma realidade comprovada e consideram que a crise climática é uma das maiores ameaças do século XXI. Nove em cada dez portugueses não têm dúvidas de que a crise climática é uma realidade e uma das maiores ameaças do século XXI. A maioria acredita, também, que haverá escassez de água e de alimentos num futuro próximo. Estas são algumas das conclusões de uma sondagem feita pela Aximage para o DN, JN e TSF sobre as alterações climáticas. O tema esteve em destaque na Cimeira da Ambição Climática, que decorreu esta semana em Nova Iorque. António Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas, considerou ser possível acelerar a "transição justa para uma economia global verde". Já o presidente da República revelou que Portugal vai "antecipar em quatro anos", para 2026, o objetivo de atingir 80% de fontes renováveis na produção de eletricidade. Em 2030, avançou também Marcelo Rebelo de Sousa, o país deverá atingir os 100%.

Para os portugueses, este é um tema que merece atenção. Pelo menos é isso que demonstram os dados do inquérito feito pela Aximage. De acordo com a sondagem, que tem por base 804 entrevistas, 90% dos portugueses afirmam que as alterações climáticas são uma realidade comprovada. A opinião é transversal às diferentes regiões do país, faixas etárias, género e classes sociais.

Em contrapartida, cerca de 8% manifestam dúvidas e consideram que as alterações climáticas são uma realidade por comprovar. Esta posição tem uma maior expressão na faixa etária entre os 18 e os 34 anos (12%) e entre os inquiridos que votaram no Chega nas últimas eleições legislativas (20%). Questionados sobre o facto de a crise climática ser uma das maiores ameaças do século XXI, a maioria dos inquiridos concorda com a afirmação. Trata-se de 90% dos portugueses contra apenas 3% que discordam desta premissa. Já 7% não concordam nem discordam.

Preocupações

Olhando para um futuro próximo, mais de oito em cada dez inquiridos (83%) acreditam que haverá escassez de água. A preocupação estende-se dos mais novos aos mais velhos e abrange todas as zonas do país: Norte, Centro, áreas metropolitanas do Porto e de Lisboa, Sul e Ilhas. Esmiuçando os dados pelo voto dos portugueses nas eleições legislativas de janeiro de 2022, a sondagem revela que a maior percentagem de inquiridos com este receio votou na CDU e no PAN (96%).

Por outro lado, 13% das pessoas ouvidas recusam a ideia de que haverá falta de água no futuro. Esta opinião tem uma maior percentagem de concordância entre quem votou na Iniciativa Liberal (22%) e no CDS (38%) nas últimas legislativas. A par da água, a falta de alimentos também é uma preocupação para a maioria dos inquiridos pela Aximage. Num futuro próximo, cerca de 71% dos portugueses temem a escassez de bens alimentares. Já mais de um quinto dos portugueses (22%) não acreditam nessa possibilidade e cerca de 7% não têm opinião.

Ficha técnica

Sondagem de opinião realizada pela Aximage para DN/JN/TSF. Universo: Indivíduos maiores de 18 anos residentes em Portugal. Amostragem por quotas, obtida a partir de uma matriz cruzando sexo, idade e região. A amostra teve 804 entrevistas efetivas: 696 entrevistas online e 108 entrevistas telefónicas; 380 homens e 424 mulheres; 181 entre os 18 e os 34 anos, 210 entre os 35 e os 49 anos, 225 entre os 50 e os 64 anos e 188 para os 65 e mais anos; Norte 281, Centro 177, Sul e Ilhas 123, A. M. Lisboa 223. Técnica: Aplicação online (CAWI) de um questionário estruturado a um painel de indivíduos que preenchem as quotas pré-determinadas para os indivíduos com 18 ou mais anos; entrevistas telefónicas (CATI) do mesmo questionário ao subuniverso utilizado pela Aximage, com preenchimento das mesmas quotas para os indivíduos com 50 e mais anos e outros. O trabalho de campo decorreu entre 14 e 18 de setembro de 2023. Taxa de resposta: 71,52%. O erro máximo de amostragem deste estudo, para um intervalo de confiança de 95%, é de +/- 3,5%. Responsabilidade do estudo: Aximage, sob a direção técnica de Ana Carla Basílio (DN-Lisboa, texto da jornalista Marisa Silva)

Sem comentários: