quarta-feira, setembro 20, 2023

Novo aumento dos combustíveis pode prolongar taxas de juro recorde durante mais dois anos, alerta OCDE

Nos últimos meses, os preços da energia, em especial dos combustíveis derivados do petróleo têm disparado sem mostras de abrandamento devido reduções no fornecimento decretadas pelos países que são maiores produtores de Crude (como, por exemplo, a Arábia Saudita), e, segundo a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE), isso representa um risco acrescido que pode significar novo aumento da inflação, o que levará a que se prologue a atual situação de taxas de juro muito elevadas, em valores recorde. Nas previsões tendo em conta o panorama económico intercalar de setembro da OCDE, citado pelo Diário de Notícias, perante o atual cenário, e sem contar com novo aumento dos preços da energia e dos alimentos), já fica praticamente garantido que o Banco Central Europeu (BCE) vai manter a taxa de juro diretora nos 4,5% (registado atualmente e o segundo valor mais alto da história do euro) até pelo menos 2025, na melhor das hipóteses.

As previsões da OCDE apontam ainda que, no cenário presente de inflação alta, com alívio gradual, a economia começa a dar sinais de abrandamento, como verificado na Alemanha, ou em Portugal. Assim, a OCDE aponta que o BBCE deve parar com o ‘aperto’ causado pelo aumento das taxas de juro e sua manutenção em valores muito altos, já que há o risco de agravar ainda mais as recessões económicas que já de vislumbram

Ainda assim, o organismo ressalva que ainda nada é dado como certo, já que o balanço geral dos riscos é apontado como “negativo”, sendo que o que mais de perfila como provável (e ‘perigoso’) é que a nova vaga de inflação na energia e nos combustíveis derivados do petróleo venha a ser ainda pior do que o que se pensa, numa altura em que o barril de crude Brent ultrapassou os 95 dólares, para valor recorde dos últimos 10 meses.

“Os preços da energia continuam a ser importantes, tanto para o crescimento, como para a inflação nas economias do G20”, indica a OCDE, sustentando que a pressão de novo aumento dos preços da energia poderá levar a que os bancos centrais reajam com ‘mão-de-ferro’ e insistam em nova subida das taxas de juro, quando tudo apontaria para um alívio neste aspeto, ou então mantenham-nas nos atuais máximos durante um período de tempo mais prolongado. A OCDE recorda ainda que “as descidas acentuadas dos preços do petróleo, do gás e do carvão desde os seus picos de 2022 contribuíram para a retoma do crescimento e a diminuição da inflação no primeiro semestre de 2023” (Executive Digest)

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