sexta-feira, setembro 22, 2023

Raio-x à Madeira. Conheça o retrato demográfico e económico da região

Em termos políticos, a análise destaca o facto de 2019 ter sido o primeiro ano em que o PPD/PSD não obteve a maioria absoluta nas eleições para a Assembleia Legislativa – ano em que a taxa de abstenção foi de 44,5%, a segunda maior depois de 2015 (50,3%), quando Alberto João Jardim deixou a liderança… A proporção de jovens e crianças com menos de 15 anos é inferior à média nacional, tendo registado um decréscimo de 27% numa década. Pelo contrário, a população idosa aumentou. Em 2022 havia 162 idosos para cada 100 jovens, revelam os dados da Pordata que fez um retrato demográfico, político e económico da Região Autónoma da Madeira (RAM).  Já a taxa de desemprego é maior do que a média nacional, em que um em cada quatro madeirenses vive em risco de pobreza, ou seja, com menos de 551 euros mensais. O documento avança ainda que são cerca de 6.500 as pessoas que recebem o Rendimento Social de Inserção na RAM, o equivalente a 2,9% da população residente e em linha com os valores nacionais. 53% dos beneficiários são mulheres, 35% têm menos de 25 anos e 27% têm 55 ou mais anos.

Em 2022, a inflação na Região Autónoma da Madeira foi ligeiramente inferior à média nacional (6,9% vs. 7,8%); contudo, esta tendência não se verificou em todos os bens e serviços. Na habitação, água, eletricidade e gás, a inflação na RAM foi de 4,6%, significativamente inferior à média nacional de 12,8%. Em sentido contrário, a taxa de inflação nos restaurantes e hotéis chegou aos 15,1% na RAM, sendo de 11,7% a nível nacional. Também se destacam os preços do vestuário e calçado e da saúde, em que a taxa de inflação foi superior na RAM face à média nacional (vestuário e calçado: 3,3% vs. 0,8%; saúde: 0,6% vs. -1,4%). 

A RAM é também a região do país com o maior peso de casas sobrelotadas, ou seja, casas em que o número de divisões é insuficiente face à constituição e dimensão dos agregados familiares que nelas residem – 23,3%, quase o dobro da média nacional (12,7%).

O retrato à região revela ainda que a taxa de analfabetismo é a segunda maior do país, ultrapassada apenas pelo Alentejo. Também a taxa de abandono escolar é superior à média nacional (10,6% vs. 5,9%).Cerca de 17,5% têm o ensino superior, em contraste com os 24,5% da totalidade do território. É também maior, na RAM, a proporção de pessoas com, no máximo, 4 anos de escolaridade (21,7% vs.19%) e é a segunda região do país, a seguir ao Alentejo, com maior taxa de analfabetismo (4,5%, vs. 5% no Alentejo e vs. 3,1% da média nacional).

Cerca de um terço da riqueza gerada é proveniente do setor da administração pública, educação e saúde, que a nível nacional, ocupa a segunda posição, com 20%, atrás do comércio, transportes, alojamento e restauração. No país, 22,8% do total da riqueza criada pelas empresas advém da indústria transformadora, percentagem que cai para 4,9% na região. 

De acordo com os mesmos dados, 4,7% da população que reside na RAM é estrangeira. Nos municípios da Calheta e de Porto Santo, mais de 8% dos residentes são estrangeiros. De acordo com os últimos Censos de 2021, 28,9% da população estrangeira era proveniente da Venezuela, 12,8% do Reino Unido, 9,6% do Brasil e 6,8% da Alemanha.

Em termos políticos, a análise destaca o facto de 2019 ter sido o primeiro ano em que o PPD/PSD não obteve a maioria absoluta nas eleições para a Assembleia Legislativa – ano em que a taxa de abstenção foi de 44,5%, a segunda maior depois de 2015 (50,3%), quando Alberto João Jardim deixou a liderança do PPD/PSD na RAM (Sol, texto da jornalista SÓNIA PERES PINTO)

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