sexta-feira, setembro 22, 2023

Corrida aos bancos: Créditos à habitação renegociados até junho disparam 59% face a todo o ano de 2022

Perante o aumento galopantes das taxas de juro, tem-se verificado uma corrida dos portugueses aos bancos para renegociar os créditos à habitação, que já levou a que o número de famílias que o fizeram nos primeiros 6 meses de 2023 (de janeiro a junho) seja 59% maior do que o registado na totalidade do ano de 2022. Segundo indicam os dados citados pelo Jornal de Notícias, no primeiro semestre deste ano, os cinco maiores bancos em Portugal reestruturaram 62 600 créditos à habitação, um aumento de 59% face aos 23 183 créditos renegociados durante todo o ano de 2022. Olhando aos montantes, segundo os números do Banco Central Europeu (BCE), até julho houve créditos reestruturados num valor total de 3773 milhões de euros, mais 130% do que nos 12 meses de 2022, ano em que se registava um total de 1635 milhões de euros. No mês de julho 37% do valor dos novos créditos dizia respeito a renegociações. Os quatro maiores bancos privados em território nacional não revelam as condições que foram alteradas nos créditos à habitação, mas a Caixa Geral de Depósitos (CGD) indica que entre as principais está o spread e o tipo de taxa, sendo que se assinalou maior procura por taxas de juro mistas (segundo o banco público, as taxas mistas ou fixas representam mais de 40% da produção de crédito à habitação).

Há outra hipótese a que os portugueses podem recorrer, olhando aos aumentos das taxas de juro: as amortizações. CGD e BPI indicam ao mesmo jornal que têm registado aumentos este ano neste aspeto, com o banco público a assinalar que “as amortizações antecipadas aumentaram 50% no primeiro semestre de 2023, em relação à média de 2022”. Ainda assim, mesmo com esta ‘corrida à renegociação’ houve cerca de 1,5 milhões de contratos de crédito à habitação que não sofreram qualquer alteração ao longo deste ano (Executive Digest)

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