segunda-feira, setembro 11, 2023

Regionais na Madeira: as prioridades partidárias na sua planificação

Quando os partidos planificam uma campanha eleitoral, na sua componente do contacto com as pessoas, no terreno - porque existem as outras componentes, casos dos comícios, dos tempos de antena e da distribuição de cartazes nas ruas embora existam estudos eleitorais que lhes retiram importância e impacto, o que faz com que não seja hoje uma opção tão valorizada como no passado (até pelos custos elevados), salvo os partidos maiores que se sentem obrigados a isso. Falo na planificação envolvendo a presença de equipas de candidatos, sendo por isso óbvio que a realidade eleitoral, bem como os níveis de abstenção, são determinantes nessa planificação. Bem ou mal é essa a realidade até porque os partidos cada vez mais têm menos recursos e menos pessoas para estarem no terreno. Muitos deles nem consegue uma planificação alargada a toda a Região no caso da Madeira. Entre 1976 e 2007 a campanha era pensada e localizada concelho a concelho, cada partido apresentava candidaturas concelhias que depois se organizavam localmente e planificavam as acções no terreno, obviamente sempre em ligação estreita e directa, ontem como hoje, com o secretariado regional no Funchal. Isto porque os processos de fiscalização mudaram muito nos últimos anos e a Entidade de Contas dos Partidos, que controla, e bem, os gastos com as campanhas, tem estado cada vez mais no terreno, acompanhando os partidos que mais se movimentam, pedindo informação, fotografando as acções dos partidos, pedindo esclarecimentos e informações sobre gastos, etc. Nada a opor, concordo que assim proceda e que isso seja feito até para atenuar a desigualdade, que vai sempre existir, entre os meios usados pelos partidos nas campanhas. O que não se confunde com a praxis de alguns partidos que se preocupam apenas em mostrar que estão vivos quando há eleições e tentam arranjar desculpas esfarrapadas para "justificarem" uma actividade política quase nula ou mesmo nula em quatro anos de legislatura regional.

Neste trabalho que elaborei procuro facilitar a percepção das pessoas para o que acabo de referir. O quadro principal mostra, entre 2007 e 2019, os níveis de abstenção nos cinco principais concelhos das Madeira, com mais eleitores e mais população - que são indiscutivelmente a principal aposta dos partidos, pequenos ou grandes. O quadro mostra também, em cada um dos cinco principais concelhos, o partido vencedor (laranja ou rosa) e respectiva percentagem (LFM)

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