Segundo o Económico, "houve uma
mudança de doutrina, de orientação, de rumo. A partir de agora, o crescimento
deve estar no centro das prioridades", afirmou o ministro das Finanças de
França. O ministro das Finanças de França considera
que a decisão de Bruxelas de conceder mais tempo a alguns países para que
reduzam os seus défices orçamentais significa o fim da era "do dogma da
austeridade". "O fim do dogma da ortodoxia da austeridade não é uma
casualidade, é fruto de um ano de trabalho do presidente francês, François
Hollande", afirmou Pierre Moscovici à televisão "iTélé", na
véspera do primeiro aniversário da vitória socialista nas presidenciais
francesas.
O responsável disse que François Hollande não foi o
único a motivar esta mudança, mas diz que "teve muito a ver com ele".
Ainda assim, o ministro das Finanças francês negou que se trate de uma vitória
contra a defesa da austeridade da chanceler alemã, Angela Merkel, mas sim
"o fruto de contactos constantes" entre os chefes de governo das duas
maiores economias da zona euro. "Houve uma mudança de doutrina, de
orientação, de rumo. A partir de agora, o crescimento deve estar no centro das
prioridades", indicou ainda, citado pela agência noticiosa espanhola EFE. A
Comissão Europeia fez saber na sexta-feira que França e Espanha teriam mais
dois anos para reduzir o seu défice orçamental para valores inferiores a 3% do
respectivo Produto Interno Bruto (PIB) exigidos pelo Pacto de Estabilidade e
Crescimento, na sequência da apresentação das previsões da primavera, onde a
Comissão Europeia traçou um cenário mais negro para a economia europeia. A
decisão foi apoiada pelo ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble,
mas recebida com muitas críticas pelos partidos que apoiam a coligação
governamental alemã liderada por Angela Merkel"