quinta-feira, maio 23, 2013

Boa ideia: Bastonário da Ordem dos Médicos defende referendo a cortes na saúde

Escreve o Económico que "José Manuel Silva defendeu hoje a realização de um referendo nacional aos cortes na saúde, admitindo que os políticos dificilmente o quererão por saberem "antecipadamente o resultado"."Se queremos alterar radicalmente o panorama da saúde em Portugal temos que ter um referendo sobre a saúde, para que estas questões sejam discutidas explicitamente e não estejam disfarçadas no meio de um programa", defendeu.José Manuel Silva considerou que os 10% do Produto Interno Bruto (PIB) que são gastos na saúde são "absolutamente sustentáveis", mas admitiu que os políticos "nunca quererão" um referendo, "porque sabem antecipadamente o resultado". O bastonário da Ordem dos Médicos falava aos jornalistas à margem da sessão de abertura do 19.º Congresso Nacional de Medicina Interna, que decorre entre hoje e sábado num hotel em Vilamoura."Os 10% que nós gastamos na saúde são absolutamente sustentáveis, a forma errada como gastamos os outros 90% é que conduziu Portugal à bancarrota", afirmou, acrescentando que a dívida do Serviço Nacional de Saúde (SNS) era inferior às perdas financeiras que o Estado teve com o BPN. Segundo aquele responsável, "não é aceitável que a 'troika' provoque a destruição do SNS", uma vez que os portugueses pagam do seu bolso muito mais despesas de saúde do que a média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). Em declarações aos jornalistas, o bastonário classificou ainda de "escravatura" as condições impostas pelo Governo brasileiro aos médicos portugueses para trabalharem temporariamente naquele país. "Os médicos ficam como prisioneiros. Não podem sair da zona onde são colocados e não têm autorização para exercer medicina nem reconhecimento do seu título em qualquer outra região do Brasil", criticou. Segundo José Manuel Silva, a proposta é "desprestigiante" para os médicos portugueses e, apesar de bem-intencionada, foi mal pensada, desrespeitando inclusivamente as regras do Conselho Federal de Medicina do Brasil."Nós em Portugal não fizemos sequer isto aos colegas da América latina", concluiu"