quinta-feira, maio 02, 2013

Anedótico



"Ana Vieira não queria acreditar quando, no passado dia 23 de Abril, recebeu uma notificação da alfândega do aeroporto de Lisboa, a dar conta que a filha teria de pagar uma coima de 326,50 euros (250 de multa, acrescidos de 76,50 de custas do processo), alegadamente por ter transportado de forma indevida 28,20 litros de aguardente numa viagem entre Cabo Verde e a capital portuguesa, realizada a 16 de Novembro do ano passado. A situação tem contornos verdadeiramente anedóticos, até porque a menina tem apenas 20 meses, nunca saiu da Madeira, nem tão pouco tem nacionalidade cabo-verdiana, como é referido no documento. Além disso, não possui passaporte, muito menos datado de 2009, como é feita referência na carta registada enviada pela alfândega, até porque apenas nasceu... dois anos depois, em Agosto de 2011. A notificação foi enviada para a morada da Madeira, mas na carta é referida como residência da suposta infractora a avenida Cidade de Lisboa, no Cacém. No entanto, o número de identificação fiscal a que se faz referência nesta contra-ordenação fiscal é, efectivamente, aquele que consta do cartão de cidadão da menina.  Tudo indica que se tratará de uma confusão de identidades, que tanto poderá ter a ver com nomes idênticos ou então com uma troca de números quando da recolha dos dados no aeroporto ou na elaboração do respectivo processo pelos serviços administrativos. Entretanto, Ana Vieira contactou os serviços do aeroporto de Lisboa, a dar conta do engano e a solicitar que a situação fosse devidamente rectificada.  A resposta foi de que deveria enviar uma carta registada, dirigida à directora do aeroporto de Lisboa, a expor toda a situação, nomeadamente que a bebé tem apenas 20 meses e que seria de todo impossível que tivesse sido ela a ser interceptada na alfândega, juntando ainda uma cópia do cartão de cidadão da menina.  Só que, à conta de toda esta situação, Ana Vieira vai somando despesas: não só os gastos dos contactos telefónicos, mas também o que terá de suportar com o envio da tal carta registada. E sem ter e certeza de que será ressarcida destes gastos" (DN do Funchal)