sexta-feira, janeiro 01, 2021

Sondagem: Dois terços dos portugueses mostram cartão vermelho a Eduardo Cabrita

 


O ministro da Administração Interna (MAI) já não tem condições para se manter no cargo. É a sentença de dois terços dos portugueses (65%), de acordo com o barómetro da Aximage para o JN, DN e TSF, quando confrontados com o que já sabem sobre o homicídio do cidadão ucraniano Ihor Homenyuk, no aeroporto de Lisboa. As qualidades políticas de Eduardo Cabrita não convencem sequer os eleitores socialistas, que também lhe mostram o cartão vermelho.

O crime aconteceu em março, mas o escândalo ganhou fôlego em novembro, com uma série de investigações publicadas no "Diário de Notícias", que haveriam de resultar, já em dezembro, na demissão da diretora do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF); na intervenção do presidente da República, pedindo uma mudança de protagonistas; no anúncio da reestruturação do SEF; e, finalmente, António Costa a segurar o ministro, afirmando que Cabrita "fez o que lhe competia fazer".

A grande maioria dos portugueses não está de acordo (97% conhece ou já ouviu falar deste caso). A conclusão de que Eduardo Cabrita não tem condições para se manter à frente do Ministério é quase unânime em todos os segmentos da amostra: faixas etárias, regiões, classes sociais (exceto os mais pobres) e eleitorados partidários. Nem os socialistas lhe dão o benefício da dúvida: 52% defendem a sua saída do MAI, contra 41% que vislumbram ainda condições políticas para continuar como ministro.

Entre aqueles que querem ver Eduardo Cabrita fora do Ministério que tutela o SEF - que tem três inspetores acusados de homicídio e 13 funcionários a braços com inquéritos disciplinares -, destacam-se os residentes do Porto e do Norte, os que têm rendimentos mais elevados e os eleitores do Bloco, do Chega e da Iniciativa Liberal (segmentos sempre com percentagens acima dos 70 pontos percentuais) (Jornal de Notícias, texto do jornalista Rafael Barbosa)

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