O ministro da Administração Interna (MAI) já não tem
condições para se manter no cargo. É a sentença de dois terços dos portugueses
(65%), de acordo com o barómetro da Aximage para o JN, DN e TSF, quando
confrontados com o que já sabem sobre o homicídio do cidadão ucraniano Ihor
Homenyuk, no aeroporto de Lisboa. As qualidades políticas de Eduardo Cabrita
não convencem sequer os eleitores socialistas, que também lhe mostram o cartão
vermelho.
O crime aconteceu em março, mas o escândalo ganhou
fôlego em novembro, com uma série de investigações publicadas no "Diário
de Notícias", que haveriam de resultar, já em dezembro, na demissão da
diretora do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF); na intervenção do
presidente da República, pedindo uma mudança de protagonistas; no anúncio da
reestruturação do SEF; e, finalmente, António Costa a segurar o ministro,
afirmando que Cabrita "fez o que lhe competia fazer".
A grande maioria dos portugueses não está de acordo
(97% conhece ou já ouviu falar deste caso). A conclusão de que Eduardo Cabrita
não tem condições para se manter à frente do Ministério é quase unânime em todos
os segmentos da amostra: faixas etárias, regiões, classes sociais (exceto os
mais pobres) e eleitorados partidários. Nem os socialistas lhe dão o benefício
da dúvida: 52% defendem a sua saída do MAI, contra 41% que vislumbram ainda
condições políticas para continuar como ministro.
Entre aqueles que querem ver Eduardo Cabrita fora do
Ministério que tutela o SEF - que tem três inspetores acusados de homicídio e
13 funcionários a braços com inquéritos disciplinares -, destacam-se os
residentes do Porto e do Norte, os que têm rendimentos mais elevados e os
eleitores do Bloco, do Chega e da Iniciativa Liberal (segmentos sempre com
percentagens acima dos 70 pontos percentuais) (Jornal de Notícias, texto do
jornalista Rafael Barbosa)
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