Os jovens portugueses são hoje mais qualificados do que a média europeia, mas continuam a receber salários significativamente mais baixos. Em 2024, 36,1% dos jovens portugueses, entre os 20 e os 29 anos, tinham ensino superior, acima da média da União Europeia (31,7%), ao passo que na população em geral apenas 30% dos portugueses têm ensino superior, contra 33,4% na média europeia. Seria de esperar que esta maior qualificação dos jovens portugueses, face às gerações anteriores e também face à média da UE, se traduzisse em rendimentos mais próximos da média da UE. No entanto, o salário médio bruto anual dos jovens portugueses foi de apenas 17 mil euros, menos 29% do que a média da UE (25 mil euros). Os valores estão em paridade de poderes de compra, a preços de Portugal. A distância face à média da UE é praticamente idêntica à que se verifica na população em geral, em que o salário médio bruto anual é 23 mil euros em Portugal, cerca de -30% inferior aos 33 mil euros registados na UE.
Este desfasamento mostra que o problema do país não está apenas no nível de qualificações, mas sobretudo na baixa valorização dos trabalhadores. A economia portuguesa é pouco produtiva e incapaz de aproveitar totalmente o potencial dos seus recursos humanos, o que se reflete em baixos salários e agrava fenómenos como a emigração jovem e a dificuldade em atrair e reter talento (Mais Liberdade, Mais Factos)
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