O DN-Madeira anunciou esta semana a publicação de uma sondagem relacionada com as eleições regionais de domingo. Quando me recordo da sucessão de sondagens publicadas antes das regionais de Setembro do ano passado, comparando-as depois com os resultados finais do acto eleitoral, não tenho dúvidas em questionar a credibilidade deste tipo de consultas, sem que com isto pretenda colocar em causa a competência das empresas "fazedoras" das sondagens. As pessoas contactadas são, muitas vezes - e sei do que falo - os elementos desestabilizadores dos resultados das sondagens. Por isso vamos aguardar na certeza de que, sejam quais forem os resultados, as sondagens serão sempre uma consulta ao mercado eleitoral, com um universo bastante restrito e realizadas num determinado momento e contexto, passíveis sempre de influenciar respostas e depois alterá-las mais tarde. Isto no caso dos eleitores, que continuo a considerar serem uma minoria, que ainda não sabem como e em quem votar.
Até lá é recomendável que as pessoas percebam que o universo eleitoral regional é o mesmo, não se altera significativamente. Por exemplo, em 2015, votaram 127 mil pessoas que aumentaram para pouco mais de 143 mil em 2019 para voltarem a descer para 135 mil em 2023. A verdade é que existe uma linha de alguma estabilidade eleitoral, com reflexo também na abstenção, um tema sempre interessante e passível de polémica, dados os diferentes entendimentos em torno do mesmo.
Estes quadros que elaborei mostram isso mesmo. Portanto, quando se fala em grandes mudanças, estamos a falar de questões utópicas, embora os resultados eleitorais, em termos de mandatos, dependam da afluência às urnas e dos votos que cada partido consegue, dado que os deputados são eleitos por via do método de Hondt e dos votos obtidos pelos partidos e não por percentagens.
Este primeiro quadro mostra claramente a evolução, entre 2015 e 2023, nas regionais, do espaço eleitoral da esquerda e da direita, destacando os conjuntos partidários PSD-CDS e Chega-IL para falar do eleitorado de centro-direita e direita, e o conjunto PS-JPP, considerando o somatório de ambos e/ou comparando com as votações separadas. A constatação mais do que óbvia é que existe uma relação clara entre as oscilações eleitorais do PS e as votações do JPP.
No segundo quadro alarguei a minha comparação às legislativas nacionais e autárquicas - desde 2015 - usando neste caso o somatório mais alargado dos blocos da direita e da esquerda, este com PS e JPP e depois outro bloco reunindo os demais partidos da esquerda e centro-esquerda com deputados eleitos. Não preciso dar indicações aos interessados nestas curiosidades eleitorais, na certeza que todos já perceberam que as "coisas" não se esticam nem se encolhem. E dificilmente o eleitorado - apesar de existir uma mancha de eleitores sem compromisso eleitoral, que muda as suas opções de voto incluindo a opção de votarem ou não - propicia grandes alterações no sentido de voto em períodos de tempo tão curtos. A 26 de Maio falamos (LFM)
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