sexta-feira, maio 17, 2024

Dez anos após troika, país chega a excedente e quase duplica peso das exportações

Dez anos após a ‘saída limpa’ da troika, as contas certas tornaram-se um consenso político, o disparo do desemprego foi corrigido e o tecido produtor virou-se para o exterior. Mas ainda faltam reformas estruturais que estimulem o potencial do país e a produtividade. Uma década após sair do programa de resgate, a 17 de maio de 2014, Portugal chegou ao excedente orçamental, o desemprego caiu para menos de metade e o Governo antecipa uma dívida pública abaixo dos 100% do PIB em 2024. O desequilíbrio externo foi corrigido, embora ainda haja margem para melhorias, e o peso das exportações no PIB tem subido sustentadamente até quase 50%, mas faltam ainda reformas estruturais.

Esta trajetória do país foi marcada após o Governo liderado por Passos Coelho ter decidido, a 4 de maio de 2014, que Portugal ia sair do programa de resgate financeiro sem recorrer a qualquer programa cautelar, regressando assim autonomamente aos mercados. Foi a chamada saída limpa, sinalizando uma nova fase do país e do longo caminho para percorrer pela frente e a manutenção do rigor orçamental, depois do Executivo de Sócrates ter pedido ajuda, a 6 de abril de 2011, para o regaste da dívida soberana. Um pedido de assistência financeira a Portugal, no valor de 78 milhões de euros, pressionado pelo seu ministro das Finanças quando o custo do endividamento disparou e ultrapassou a linha vermelha que Teixeira dos Santos considerara o ponto de não retorno para um pedido de apoio à troika – Comissão Europeia (CE), Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) (Jornal Económico, texto dos jornalistas João Barros e Lígia Simões)

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