A TAP encerrou a atividade de manutenção de aviões no Rio de Janeiro, Brasil, na sexta-feira, despedindo mais de 500 trabalhadores, confirmou hoje à Lusa o presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários brasileiro. Segundo Luiz da Rocha Cardoso Pará, presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, que atua nos 27 estados do país sul-americano, na última sexta-feira, “foi fechada no Rio de Janeiro, com mais de 500 demissões, a [área de] manutenção da TAP”, a TAP Manutenção e Engenharia (TAP ME). “Foram feitas entre 500 e 600 demissões, infelizmente. A empresa estava vendo em Portugal se continuaria ou não [com a manutenção no Brasil], se era necessário e, para nossa surpresa, depois de mais de dois meses conversando com os trabalhadores, ela [TAP] admitiu que iria acabar mesmo a manutenção no Rio de Janeiro”, afirmou Pará.
“Eles [TAP] já estão fazendo as homologações das demissões no sindicato, são mais de 500 pessoas. (…) Isto já tinha acontecido em Porto Alegre, eles já tinham encerrado o serviço de manutenção lá”, acrescentou o sindicalista. Segundo o representante sindical, o motivo apresentado pela empresa para encerrar atividades de manutenção no Brasil foi falta de rentabilidade. A Lusa questionou hoje a TAP sobre o tema, mas até ao momento não recebeu qualquer resposta. O Grupo TAP anunciou em janeiro que decidiu encerrar as operações de manutenção e engenharia no Brasil, como parte do plano de reestruturação aprovado por Bruxelas em dezembro.
"Depois de uma análise aprofundada e muitos
estudos, a TAP decidiu fechar a Manutenção & Engenharia no Brasil e
encerrar de forma gradual a operação no Brasil e vamos discutir com os
trabalhadores, claro, que são a principal prioridade, mas também discutir com
os nossos clientes", anunciou então à Lusa a presidente executiva (CEO) da
TAP, Christine Ourmières-Widener.
A Comissão Europeia informou em 21 de dezembro que aprovou o plano de reestruturação da TAP e a ajuda estatal de 2.550 milhões de euros, mas impôs condições, incluindo a separação dos ativos não-essenciais, nomeadamente o negócio de manutenção no Brasil, e os de 'catering' (Cateringpor) e de 'handling' (Groundforce). Alvo de várias reestruturações com despedimentos, a última das quais em 2018, a M&E Brasil recebeu da TAP, globalmente, entre 2010 e 2017, injeções financeiras num total de 538 milhões de euros, a valores nominais, sendo que em 2018 foram feitas transferências de 30 milhões de euros (Lusa)
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