segunda-feira, maio 30, 2022

Sondagem: Portugal no pódio dos países com visão mais negativa do regime de Putin

A forte polarização entre as democracias liberais, principalmente do Ocidente, e o resto do mundo nas perceções da Rússia foi exposta, numa sondagem global anual da fundação dinamarquesa Aliança de Democracias, avança o ‘The Guardian’. Na Europa, 55% dos inquiridos disseram ser a favor de cortar os laços económicos com a Rússia devido à invasão da Ucrânia por Vladimir Putin, enquanto que na Ásia houve uma maioria contra e na América Latina a opinião foi dividida igualmente. As visões negativas da Rússia estão amplamente confinadas à Europa e a outras democracias liberais. Já as visões positivas sobre a Rússia mantêm-se na China, Indonésia, Egito, Vietname, Argélia, Marrocos, Malásia, Paquistão e Arábia Saudita. O Índice de Perceção da Democracia anual, realizado após a invasão da Ucrânia , abrange 52 países altamente populosos da Ásia, América Latina, Estados Unidos e Europa, incluindo Portugal. A maioria, num total de 20 países, achou que os laços económicos com a Rússia não deveriam ser cortados devido à guerra na Ucrânia: Grécia, Quénia, Turquia, China, Israel, Egito, Nigéria, Indonésia, África do Sul, Vietname, Argélia, Filipinas, Hungria, México, Tailândia, Marrocos, Malásia, Peru, Paquistão, Arábia Saudita.

Por outro lado, entre os 31 países que favoreceram o corte de laços, 20 estavam na Europa, como é o caso de Portugal. Os países com uma visão mais negativa da Rússia incluem Polónia (negativo líquido de 87%), Ucrânia (80%), Portugal (79%), Itália (65%), Reino Unido (65%), Suécia (77%), EUA (62%) e Alemanha (62%).

Mesmo na Hungria – cujo líder Viktor Orbán é aliado de Putin – 32% líquidos têm uma visão negativa da Rússia. Na Venezuela, muitas vezes vista como apoiada pela Rússia, a população local tem uma visão líquida negativa da Rússia de 36%. Os países com uma visão líquida positiva da Rússia incluem Índia (36%), Indonésia (14%), Arábia Saudita (11%), Argélia (29%), Marrocos (4%) e Egito (7%).

Apesar das opiniões divergentes sobre a Rússia, foi demonstrada uma forte simpatia pela Ucrânia. A maioria dos inquiridos na Ásia, América Latina e Europa acredita que a NATO, os EUA e a UE poderiam fazer mais para ajudar o país. Na América Latina, 62% dos inquiridos consideram que a NATO fez muito pouco e apenas 6% demais. Na Europa, 43% disseram que a Europa fez muito pouco e 11% muito. Na China, 34% disseram que os EUA fizeram muito para ajudar. Quase metade (46%) globalmente disse que a União Europeia, os Estados Unidos e a NATO estão a fazer muito pouco para ajudar a Ucrânia, enquanto 11% disseram que estão a fazer muito (Multinews, texto da jornalista Simone Silva)

Sem comentários: