terça-feira, maio 10, 2022

Classes baixas no norte e jovens no sul: As mil caras da extrema-direita na Europa

Nos últimos anos os partidos da extrema-direita têm registado um crescimento consistente na Europa. Independentemente do país ou da sua região no continente, partilham a mesma ideologia, mas, de acordo com o La Vanguardia, não se pode dizer o mesmo do eleitorado. Na Europa, o perfil dominante do eleitor de extrema-direita é um homem, com uma idade compreendida entre os 55 e os 64 anos, de origem rural e baixos rendimentos. Preocupa-se com a imigração e identifica-se como um eurocético, revela um relatório da Fundação Friedrich Ebert.

No entanto, isto não significa que o voto na extrema-direita seja exclusivo deste perfil, mas sim que estes fatores são significativos. Embora a posição anti-imigração e eurocética seja partilhada pelos eleitores de extrema-direita em quase todos os países, fatores como a idade, o nível de rendimentos ou o local de residência só são decisivos em certos contextos.

Na Alemanha, por exemplo, o protótipo de eleitor da extrema-direita é um homem de baixos rendimentos e que não é religiosa. Já em Espanha é um homem entre os 35 e os 44 anos, que tem um rendimento elevado ou médio, vem de um meio rural e é muito religioso. Em França, o crescimento da Frente Nacional de Marine Le Pen coincidiu com a sua mudança no programa e a alteração de um discurso que se focava principalmente em questões étnicas para a reivindicação de um sistema público nacionalista. O partido da extrema-direita francesa conseguiu assim aumentar a sua popularidade e alargar a base eleitoral para também captar um voto jovem e feminino, perfis muito afastados dos seus apoiantes mais tradicionais.

De um forma geral, a extrema direita tende a enraizar-se melhor entre as classes mais pobres dos países da Europa ocidental, enquanto que em alguns países do sul, como Itália e Espanha, ter um rendimento baixo é um fator estatisticamente relevante para não votar em partidos de extrema-direita. Quanto ao fator idade, em Espanha, Hungria e Eslovénia o eleitor de extrema-direita tem entre 35 e 44 anos. O grupo etário mais jovem da Europa é o da Dinamarca cujo perfil tem entre 25 e 34 anos de idade (Multinews)

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