sábado, abril 23, 2022

Sondagem: Medina começa mal, Temido com a melhor cotação


Marta Temido é a ministra mais popular e Fernando Medina o único que parte com um saldo negativo para a nova legislatura, de acordo com o barómetro da Aximage para o JN, DN e TSF. A titular da pasta da Saúde consegue, aliás, um resultado melhor do que o do Governo no seu conjunto, destacando-se, não só do seu colega das Finanças, mas também de Mariana Vieira da Silva (Presidência), Pedro Nuno Santos (Infraestruturas e Habitação) e José Luís Carneiro (Administração Interna). A ministra da Saúde esteve sempre na linha da frente durante os dois anos mais duros de pandemia e a avaliação dos portugueses é generosa (e muito semelhante à do primeiro-ministro), com um saldo positivo de 30 pontos (diferença entre avaliações positivas e negativas).

Temido tem o beneplácito de todos os segmentos da amostra (geografia, género, idade, classe social e voto partidário), com uma única exceção: os eleitores do Chega. Nesta matéria fica até melhor na fotografia que o presidente da República, que também tem saldo negativo entre os comunistas. É particularmente valorizada pelas mulheres, pelos que vivem em Lisboa, e quase idolatrada pelos socialistas (72% de avaliações positivas).

Um ministro "chumbado"

No polo oposto deste conjunto de cinco ministros - selecionados a partir da sua relevância política no PS e da importância das suas pastas - está Fernando Medina, o único com saldo negativo (cinco pontos). O facto de ter sido autarca de Lisboa (desalojado por Carlos Moedas, em outubro do ano passado) faz com que seja nesta região seja menor a indiferença perante o ministro das Finanças. Para o melhor e para o pior.

É em Lisboa que Medina tem mais avaliações positivas, mas também mais notas negativas, com saldo final igualmente negativo (três pontos). Ainda assim, e excluindo os segmentos partidários, consegue chegar a uma média positiva entre as mulheres (que aliás são mais generosas para todos os ministros do que os homens) e entre os que têm 65 anos ou mais (que também são os mais fiéis de António Costa).

Com saldo amplamente positivo (19 pontos) está também Mariana Vieira da Silva, a número dois do Governo. A exemplo de outros colegas, a ministra da Presidência tem uma popularidade substancialmente maior entre as mulheres e os mais velhos e é tão valorizada pelos eleitores do PS como pelos do BE, em termos de avaliações positivas. Nota-se no seu caso que ainda tem problemas de notoriedade (um quinto não dá opinião e um terço refugia-se numa avaliação "nem bem, nem mal").

Um ministro fraturante

Apontado há muito como um eventual sucessor de António Costa, o ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, consegue à justa um saldo positivo de escassos dois pontos, sendo que só é assim graças ao peso da avaliação das mulheres. Destaca-se pela negativa na Área Metropolitana do Porto (saldo negativo de sete pontos) e pela positiva entre os eleitores mais novos (saldo positivo de seis pontos).

Mas é quando se analisam os segmentos por voto partidário, que fica clara uma linha fraturante mais clara do que nos restantes: o saldo é positivo no PS e em toda a Esquerda parlamentar; e negativo em toda a Direita, com destaque para o Chega e os liberais. Tem um problema de falta de notoriedade semelhante ao da ministra da Presidência.

Um ministro discreto

Nesta matéria da notoriedade quem está pior, no entanto, é José Luís Carneiro. Um quarto dos inquiridos não se pronuncia e uma fatia de 42% refugia-se no "nem bem, nem mal", quando é confrontado com a avaliação ao ministro da Administração Interna.

Fazendo a conta aos que sobram, consegue um saldo positivo de dois pontos, de novo graças à maior generosidade das mulheres. Ao nível regional, destaca-se pela positiva na Área Metropolitana do Porto (já foi líder da distrital socialista), mas pela negativa no resto da região Norte (apesar de ter sido autarca em Baião).

Outros números

45% A avaliação ao Governo volta a terreno positivo em abril, depois do cartão vermelho de outubro passado, num percurso que é sempre similar ao do primeiro-ministro, ao longo desta série de barómetros, mas sempre uns furos mais abaixo.

18+ O Governo consegue, no seu conjunto, um saldo positivo de 18 pontos, que compara com o saldo negativo de 11 pontos do ano passado. O melhor resultado foi precisamente há um ano, quando conseguiu um saldo positivo de 33 pontos (Jornal de Notícias, texto do jornalista Rafael Barbosa)

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